Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, aponta que o caminho para resolver a economia não é promover um corte de gastos imediatista, mas sim encontrar medidas para estabilizar o crescimento da dívida pública.
“Não é tão difícil a gente resolver o problema da economia. A gente não tem hoje nenhum grande desequilíbrio microeconômico”, disse em entrevista ao WW desta quarta-feira (18).
“A gente tem um problema macro, um problema que vários países do mundo estão passando e estão tomando medidas duras, que é a questão fiscal”.
Segundo ele, a agenda do governo em reduzir benefícios tributários e isenções também vai no caminho correto.
“Reduzir todos os regimes especiais têm apoio de todo mundo que estuda gastos públicos. Temos um problema macro, e resolvê-lo passa por controlar as despesas obrigatórias para os próximos anos”, afirmou.
Com as incertezas postas no ambiente econômico, o economista-chefe do BTG acredita que 2025 será um ano de crescimento econômico mais lento, isso por conta da inflação e do câmbio deteriorados, em combinação com juros elevados que tendem a derrubar o crédito, o consumo e, consequentemente, o crescimento econômico.
“Não sabemos o preço certo dos ativos brasileiros, por conta desse momento de incerteza aguda”, pontuou.
Para que o governo siga no caminho acertado, Mansueto espera que não haja gastos sendo tirados do orçamento, o que, do seu ponto de vista, fragilizaria as contas públicas e a credibilidade do governo.
O problema é que “não vemos apoio político [do Congresso] para seguir nessa agenda”, segundo Mansueto.
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