O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (18), uma operação contra investigados no inquérito que apura a morte do ex-presidente da Portela, Marcos Falcon, executado a tiros em 2016.
Os mandados de busca e apreensão são cumpridos contra dois alvos. Entre eles, está um policial militar da ativa. Segundo o Gaeco, ambos são ligados ao bicheiro Rogério de Andrade – preso pelo MP em outubro deste ano.
Expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Capital, os mandados estão sendo cumpridos em endereços na Barra da Tijuca, Madureira e Jacarepaguá, na capital carioca.
De acordo com as investigações, existiam conflitos entre Falcon e Rogério de Andrade, que é patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel.
Segundo o MP, a rivalidade entre as escolas de samba representadas por cada um; o assassinato, em 2016, de Geraldo Antônio Pereira, amigo próximo de Falcon e inimigo de Rogério de Andrade; a suspeita de que Falcon teria participado de um atentado a bomba que matou um dos filhos de Rogério; e a possibilidade de Falcon e Geraldo Pereira estarem planejando matar Rogério estão entre as razões apontadas na investigação.
Conforme a Promotoria, um dos alvos da operação, que é braço direito de Rogério de Andrade, possuía ao menos duas fotos do corpo de Marcos Falcon, feitas logo após o seu assassinato.
Outra imagem armazenada pelo investigado era de uma urna eletrônica exibindo o número de campanha e a foto da vítima, já morta quando ocorreram as eleições. Quando foi executado, Falcon concorria ao cargo de vereador pelo Progressistas (PP).
O Gaeco afirma que também foram encontrados prints de mensagens suspeitas com o policial militar Anselmo Dionísio das Neves, conhecido como Peixinho, denunciado pelo MP por fraude processual em agosto de 2023. De acordo com a investigação, Anselmo interferiu na investigação do homicídio de Marcos Falcon, retirando um dos celulares da vítima do local do crime.
O Ministério Público aponta ainda o elo entre esse investigado e um policial militar da ativa, também alvo de busca e apreensão, que teria sido um dos responsáveis pela tomada dos negócios deixados por Marcos Falcon após sua morte, em especial do chamado “campo do Falcon”.
A CNN entrou em contato com a Polícia Militar sobre o agente da ativa que é alvo da operação. Segundo a corporação, a Corregedoria apoia ação do MPRJ.
Morte de Falcon
Então presidente da Escola de Samba Portela, Marcos Vieira Souza, conhecido como Marcos Falcon, tinha 52 anos e era candidato a vereador pelo município do Rio quando foi morto a tiros de fuzil na tarde do dia 26 de setembro de 2016. Ele foi vítima de uma emboscada, feita por quatro homens em um carro, perto do comitê de campanha, na Rua Maria José, em Oswaldo Cruz, na zona norte da cidade.
Falcon era candidato pelo PP e tinha assumido o comando da escola de samba de Madureira há menos de um ano. Antes, ele ocupava o cargo de diretor administrativo da Portela.
Falcon era subtenente da Polícia Militar e durante vários anos foi lotado na Divisão Antisequestro da Polícia Civil, onde participou da libertação de várias pessoas sequestradas no Rio, entre elas, empresários de ônibus.
(Com informações de Agência Brasil)