O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que vai “lidar com questões políticas”, caso seja pressionado por parte do governo para reduzir os juros. O diretor de Política Monetária foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A gente vai lidar com questões políticas. É absolutamente legítimo que todos tenham opiniões. Elas podem ser transmitidas no jornal, podem ser transmitidas em redes sociais […]. Todo mundo tem o direito de opinar sobre isso. A decisão é feita com data marcada na reunião do Copom pelos nove diretores”, disse.
A gestão de Roberto Campos Neto, atual presidente Central, foi marcada por críticas por parte do governo na conduta dos juros. Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros em 1 ponto percentual, levando a Selic ao patamar de 12,25%. No comunicado, o colegiado sinalizou aumentos de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões.
“A política monetária tem que seguir. A decisão do guidance está correlacionado com o fato de que os riscos se materializaram e isso ofereceu uma maior visibilidade para a gente. Entendemos que esse posicionamento fazia sentido para anunciar ele agora”, afirmou Galípolo.
O futuro presidente do BC disse também que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após cirurgia na cabeça. Segundo Galípolo, o chefe do Executivo falou sobre a necessidade de controlar a inflação.