Os consumidores brasileiros mostraram maior pessimismo em dezembro e a confiança terminou o ano no nível mais baixo em seis meses, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados nesta sexta-feira (20).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês queda de 3,6 pontos, para 92,0 pontos, menor nível desde junho deste ano (91,1 pontos).
O resultado foi disseminado entre as faixas de renda, com destaque para o grupo de renda mais baixa.
“A recente elevação da taxa de juros, somada a focos de pressão inflacionária em itens como alimentos, podem estar contribuindo para aumentar o pessimismo entre os consumidores no último mês de 2024, levando a uma piora das expectativas com a situação financeira nos próximos meses”, explicou em nota Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.
A queda da confiança dos consumidores em dezembro foi influenciada tanto pela piora das expectativas futuras quanto pela percepção sobre a situação presente.
Os dados mostram que o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,9 pontos, para 98,5 pontos, chegando ao menor nível desde junho deste ano (98,1 pontos).
Já o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 1,4 ponto, para 82,9 pontos, patamar mais baixo desde setembro (81,7 pontos).
O quesito que apresentou a maior contribuição para a queda da confiança no mês foi o que mede as perspectivas para as finanças futuras das famílias, com queda de 8,3 pontos, para 98,8 pontos, menor nível desde fevereiro (93,2 pontos).
Neste mês, o Banco Central acelerou o ritmo de aperto nos juros e elevou a taxa Selic em 1,00 ponto percentual, a 12,25% ao ano, prevendo mais duas altas da mesma magnitude à frente após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais pelo governo.