Operação mira suspeitos de matar médicos em quiosque na Barra da Tijuca

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A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro realizam, na manhã desta sexta-feira (20), uma operação com o objetivo de prender envolvidos no assassinato de médicos ortopedistas em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. O crime aconteceu em outubro de 2023.

A ação visa cumprir cinco mandados de prisão e três de busca e apreensão na zona oeste da cidade.

A investigação do caso apontou que as vítimas foram mortas por engano, pois um dos médicos, Perseu Almeida, foi confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, apontado como líder do grupo criminoso que atua em Rio das Pedras.

De acordo com a polícia, o crime é resultante da disputa territorial entre traficantes do Comando Vermelho e milicianos, já que a facção busca expandir seu domínio em áreas ocupadas pela milícia em Rio das Pedras.

Ainda em outubro do ano passado, Taillon, que era alvo dos criminosos, foi preso.

Entenda a disputa territorial na zona oeste do Rio

Segundo os investigadores, o ex-miliciano Philip Motta Pereira, conhecido como “Lesk”, perdeu domínio territorial na região da Gardênia Azul eresolveu pedir ajuda do Comando Vermelho para retomar a região.

Lesk, segundo a polícia, foi apoiado e financiado por Edgar Alves de Andrade, vulgo “Doca” ou “Urso”. Com isso, o ex-miliciano montou uma verdadeira tropa, responsável por diversos assassinatos em bairros da zona oeste do Rio.

A polícia informou que, poucos dias antes do crime que vitimou os ortopedistas, um dos líderes do tráfico ordenou a morte de Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, pois este seria um alvo importante para o enfraquecimento da milícia atuante em Rio das Pedras.

Alvos da operação

Os alvos dos mandados de prisão cumpridos hoje por agentes da Delegacia de Homicídio da Capital (DHC) e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) são:

  • Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”: financiou e autorizou o extermínio de milicianos para expansão territorial do Comando Vermelho
  • Carlos da Costa Neves, conhecido como “Gerdenal”: braço direito de Doca, organizador e fornecedor de suprimentos pra guerra teritorial
  • Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, conhecido como “BMW’: líder da quadrilha de extermínio in loco
  • Francisco Glauber Costa de Oliveira, conhecido como “GL”: está preso desde 2023 e pediu a morte de Taillon de dentro da cadeia
  • Giovanni Oliveira Vieira: no dia do crime, seguiu na frente do grupo em uma moto para analisar o local

Suspeitos de matar médicos morreram

  • Philip Motta Pereira, o “Lesk”:  autorizou a morte do miliciano Taillon
  • Ryan Soares de Almeida, o “R22”:  um dos executores dos médicos
  • Tiago Lopes Claro da Silva, o “Paulista”: mais um dos executores dos médicos
  • Roberto Da Silva Dos Reis, o “BK”: terceiro executor do crime.

Os quatro mencionados acima foram assassinados pela Cúpula do Comando Vermelho, durante um tribunal do crime, após matarem os médicos por engano.

Além deles, a investigação apontou a participação de Elias Tiago Torres Leite, conhecido como “Militão”, no crime. Ele seria o motorista do carro que levou os executores ao local do crime.

Militão morreu durante uma tentativa de assalto na Barra da Tijuca, dias após a execução dos médicos. Ele se acidentou ao pilotar uma motocicleta para abordar uma vítima de roubo.

Relembre o crime

Um ataque a tiros matou três médicos ortopedistas e deixou um ferido na madrugada de 5 de outubro de 2023, em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Os quatro foram socorridos por bombeiros. Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim — que era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) — morreram no local.

O grupo de ortopedistas passava a noite em um quiosque na Barra da Tijuca. Eles haviam chegado à capital fluminense para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

O evento era internacional e contava com apoio da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, entidade que os médicos faziam parte.

Uma testemunha disse à CNN o que viu no momento da morte dos três médicos e declarou que “foi tudo rápido e assustador”.

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