O Cuiabá, principal representante do futebol de Mato Grosso, tem se destacado no cenário nacional sem depender exclusivamente do agronegócio para equilibrar suas finanças. Embora o clube tenha patrocinadores ligados diretamente ao setor, isso corresponde a menos de 10% da receita anual, o Dourado consegue gerar a maior parte de sua receita por meio de outras fontes, como direitos de transmissão, venda de jogadores, bilheteiras e o programa de sócio-torcedor.
Mato Grosso é o estado que mais contribui para o agronegócio brasileiro. Em 2023, 36 dos 100 municípios mais ricos no agronegócio estão localizados na região, segundo análise do Ministério da Agricultura e Pecuária. Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, destaca que a história de sucesso do clube não é impulsionada por investimentos milionários do setor, mas sim pelas receitas próprias geradas ao longo dos anos.
“Criou-se um mito de que somos o time do agro. Todos os investimentos feitos pelo Cuiabá são fruto de nossas próprias receitas e do lucro do clube. Não tivemos nenhum investidor do agronegócio que colocou dinheiro no time”, afirma Dresch.
O Cuiabá vai disputar a Série B no próximo ano. “Sabemos que a visibilidade na Série B é muito menor, então é o momento de ser fortalecido e abraçado. Temos um Projeto de Lei de Incentivo ao Esporte aprovado, o que permite que empresas ou até pessoas físicas possam destinar parte do imposto de renda para o clube, em vez de pagar diretamente ao governo”, explica o dirigente, destacando que a credibilidade do clube está comprovada e que isso abre portas para novos investimentos.
A história recente do clube é marcada por feitos históricos. Em 2021, o Dourado conquistou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, algo que não acontecia com um time de Mato Grosso há 35 anos. Além disso, o Dourado teve participação em competições internacionais, como a Copa Sul-Americana, em 2022 e 2024. O último clube da região a disputar a elite do futebol nacional foi o Operário de Várzea Grande, em 1986.