Ações com posições mais defensivas devem ter melhores performances na B3 em 2025, de acordo com estrategistas do mercado financeiro consultados pela CNN.
Papéis ligados aos setores financeiro, saneamento, elétrico ou que possuem receitas dolarizadas devem ter desempenho melhor em um ano em que a expectativa é de alta da divisa norte-americana e manutenção ciclo de elevação dos juros.
Por outro lado, é indicado é evitar papéis ligados a áreas sensíveis às condições adversas ou que tenham os lucros impactados no cenário de aperto monetário, como transportes e varejo.
Júlia Aquino, estrategista quantitativa da XP Investimentos, explica que, historicamente, ciclos de alta na Selic tendem a impactar negativamente os desempenhos das ações.
“Os juros colocam uma expectativa de queda no lucro das empresas listadas na bolsa. Os preços das ações continuam baratas e as empresas estão com base sólida, pagando os acionistas. O que veremos é que setores afetados pela alta irão ter os ativos penalizados”, explica.
Na última reunião do Banco Central do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros ao patamar de 12,25%, sinalizando dois aumentos de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões, em janeiro e março de 2025.
Para a estrategista, papéis ligados a empresas resilientes à precificação dos juros mais altos e câmbio desvalorizado tendem a performar melhor no curto a médio prazo.
Papéis defensivos
Max Bohm, estrategista de ações da Nomos Investimentos, explica que ativos defensivos neste momento são o ideal para se ter na carteira.
O especialista cita ações de commodities, que tiveram bom desempenho neste ano e devem repetir em 2025, sobretudo com dólar em patamares historicamente altos.
“Papéis de bancos, seguros e receita dolarizada também devem performar bem no próximo ano”, afirma Bohm.
Ações ligadas ao setor de utilidade pública, como elétrica e saneamento, também devem ter um bom desempenho no próximo ano, uma vez que tem seus orçamentos protegidos da inflação, de acordo com Bohm.
Aquino ressalta que é importante também prestar atenção aos resultados para garantir que ações serão lucrativas mesmo em um cenário adverso.
“No geral, é importante entender se há geração de caixa sólida e lucro e se a empresa emissora dos títulos não está com uma alavancagem, isto é, uma dívida em um nível muito grande”, pontua.
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