Mato Grosso registrou 42 feminicídios entre janeiro e novembro de 2024, mantendo a mesma estatística do mesmo período em 2023, conforme dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). A
pesar da estabilidade nos números de feminicídios consumados, o estado apresentou um aumento preocupante de 15% nas tentativas, que passaram de 48 para 55, além de um crescimento de 300% nos casos de tortura contra mulheres.
A juíza Tatyana Lopes, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica, destacou a necessidade de conscientizar as mulheres sobre os sinais de abuso e o machismo estrutural.
“Hoje as mulheres têm mais conhecimento, não permanecem em relacionamentos abusivos por toda vida. Quanto mais divulgamos esses crimes, mais mulheres podem identificar a violência de forma precoce e interromper esses ciclos,” afirmou.
Para fortalecer o combate à violência contra a mulher, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou recentemente uma lei que aumenta as penas para feminicídio e outros crimes cometidos contra mulheres.
Casos que marcaram o ano
Entre os crimes que mais impactaram a população em 2024, está o assassinato brutal da empreendedora Raquel Cattani, de 26 anos, em Nova Mutum. Ela foi morta com mais de 30 facadas pelo ex-cunhado, Romero Xavier, a mando do ex-marido, Rodrigo Xavier, que não aceitava o fim do relacionamento. Raquel deixou dois filhos.
Outro caso ocorreu em Rondonópolis, onde Francisca Pereira da Silva, de 38 anos, foi espancada até a morte pelo companheiro com quem mantinha um relacionamento havia 17 anos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.