Operadoras batem 94% da meta de cobertura 5G prevista para 2025 Por Poder360

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As operadoras de telecomunicações que venceram o leilão de 5G em 2021 (Claro, Tim (BVMF:) e Vivo) concluíram em 2024 o equivalente a 94% da meta de infraestrutura calculada para 2025. Segundo Marcos Ferrari, presidente da Conexis, associação que reúne as maiores telecoms do país, a implementação da tecnologia está acelerada devido a demanda dos usuários.

Quando a gente compara com o mesmo período do 4G, temos mais que o dobro de usuários de 5G. As pessoas querem a tecnologia à sua disposição no dia a dia”, disse ao Poder360.

O cronograma da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prevê obrigações de cobertura para o 5G até julho de 2030. Atualmente, há 5G ativo em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes. Segundo Ferrari, são 38 milhões de brasileiros atendidos pela tecnologia nesta momento.

Ferrari tem 50 anos e, desde 2019, preside a entidade que representa as maiores operadoras de telecomunicação do país. É economista, foi diretor de Governo e Infraestrutura do BNDES e secretário de Planejamento do ministério do Planejamento.

Segundo Marcos Ferrari, presidente da Conexis, as operadoras pagam 29,4% em tributos, volume 3 vezes maior que a média dos maiores mercados de telefonia e internet Ferrari diz que a Conexis defende o debate sobre o fair share –compartilhamento de receitas das big techs com provedores de conexão. Em 2025, a entidade pretende dar sequência à iniciativa.

O que estamos assistindo é uma clara e expressiva dominância econômica [pelas big techs]. O que defendemos é que a gente não pode fugir do diálogo. Temos que conversar com os setores envolvidos e com todo o ecossistema para ter uma solução equilibrada e uso mais eficiente da rede“, disse.

Leia tópicos da entrevista:

  • Cashback na Tributária – ”Hoje, quase 20 milhões de pessoas não têm acesso à internet, seja banda larga fixa, seja banda larga móvel. Uma família que ganha até 1 salário mínimo, gasta em torno de 11,5% do que ganha com telefonia e internet. O cashback vai permitir incluir essas pessoas uma vez que parte do tributo será devolvida. É um incentivo. A população de baixa renda vai ser diretamente atendida com essa medida. Teremos um processo amplo de inclusão digital por meio tributário”;
  • Carga alta – ”Hoje, a carga tributária de telecomunicações no Brasil é de 25,4%. Só que existem os fundos setoriais que agregam mais 4 pontos percentuais. Somando, a carga efetiva é de 29,4%. Comparando com a média dos 15 países com mais acesso à banda larga no mundo, é mais que o dobro. A média desses países é de 11,2%”;
  • Serviço essencial – ”Telecomunicações é de fato [serviço] essencial. Estamos no mesmo patamar que água, energia e gás. Geramos conectividade. A internet está na vida de qualquer cidadão. Não conseguimos mais viver sem internet à disposição”;

Segundo Marcos Ferrari, a reforma tributária dá o mesmo tratamento às telecomunicações que a outros serviços essenciais, como água e eletricidade

  • Avanço do 5G – “A implantação do 5G começou em 2022. No final do ano passado, tínhamos 20 milhões de usuários. Em 2024, adicionamos mais 18 milhões. Quando a gente compara com o mesmo período do 4G, temos mais que o dobro de usuários de 5G. As pessoas querem a tecnologia à sua disposição no dia a dia”;
  • Dobrou a meta – “Em 2024, cumprimos 94% das metas da Anatel para 2025. Estamos conseguindo antecipar a meta, que é ter o 4G eu 5G em todo o país até 2029. Todas as operadoras estão comprometidas com a política pública porque sabemos que a conectividade é essencial. Comparando com o resto do mundo, estamos muito bem. A velocidade média do Brasil na internet móvel é maior do que muitos países nos quais a tecnologia começou lá atrás. Isso significa que a escolha que nós fizemos em 2021 e 2022 foi acertada com o edital do 5G”;
  • Postes compartilhados – “Sem dúvida alguma o poste é um ativo, uma facility que permite levar conectividade para a maior parte do Brasil. O que estamos procurando é o uso racional dessa infraestrutura, que tem 60% de uso irregular. Muitas pequenas empresas usam essa infraestrutura sem regularização”;
  • Fair Share 1 – “É um debate que ocorre no mundo todo, não é exclusivo do Brasil ou da América Latina. A expressão taxar não é adequada. Trata-se do uso sustentável da rede. Como a gente vai usar de maneira sustentável uma rede que é finita sem causar danos e problemas aos usuários? É como uma rodovia com capacidade máxima de tráfego. Há uma base de equipamentos e cabos que permite a circulação. Quando temos uso intensivo, há desequilíbrio. E a neutralidade se aplica quando não existe dominância econômica. O que estamos assistindo é uma clara e expressiva dominância econômica [pelas big techs]. O que defendemos é que a gente não pode fugir do diálogo. Temos que conversar com os setores envolvidos e com todo o ecossistema para ter uma solução equilibrada e uso mais eficiente da rede”;
  • Fair Share 2 – “Nós acreditamos que o acesso à rede tem que ser neutro. Achamos que é possível discutir o uso da rede. Uma coisa é fazer uso pessoal. Outra, uso industrial. Há uma diferença entre uma coisa e outra. E só nós fazemos o investimento”.

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