Cuiabá: Desigualdade e falta de áreas verdes afetam principalmente crianças negras e em escolas públicas

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Um estudo inédito do Instituto Alana, em parceria com o MapBiomas e a Fiquem Sabendo, revelou um cenário preocupante sobre o acesso de crianças e adolescentes de Cuiabá a áreas verdes nas escolas. A pesquisa, que analisou 20.635 escolas públicas e particulares da capital, mostrou que 17% dos locais de ensino não possuem áreas verdes em seus terrenos e que 14% estão distantes de praças e parques.

Os dados revelam uma forte correlação entre a falta de áreas verdes e as desigualdades sociais e raciais. Escolas localizadas em áreas de risco, como favelas e comunidades urbanas, apresentam um percentual significativamente maior de alunos negros (51%) em comparação com escolas com maioria de alunos brancos (4,7%). Além disso, essas escolas com maior concentração de estudantes negros estão mais propensas a estarem em áreas com temperaturas mais elevadas, o que evidencia o racismo ambiental.

A falta de contato com a natureza nas escolas tem um impacto negativo na saúde física e mental das crianças e adolescentes. Estudos científicos comprovam que o contato com a natureza melhora a imunidade, a memória, o sono, alivia o estresse e contribui para o desenvolvimento cognitivo e social.

Escolas particulares x escolas públicas

Contrariando o senso comum, a pesquisa mostra que as escolas públicas, em média, possuem um percentual maior de área verde em seus terrenos do que as escolas particulares. No entanto, a falta de áreas verdes é um problema presente em ambos os tipos de escolas, especialmente na educação infantil, onde 43,5% das escolas não possuem áreas verdes em seus lotes.

A importância da natureza nas escolas

O estudo destaca a necessidade de transformar as escolas em espaços mais verdes e resilientes, proporcionando às crianças e adolescentes um contato maior com a natureza e preparando-as para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

Soluções baseadas na natureza

O Instituto Alana sugere a implementação de soluções baseadas na natureza nas escolas, como jardins de chuva, captação de água da chuva e compostagem. Essas medidas contribuem para a melhoria da qualidade do ar e da água, a redução das temperaturas e a promoção da biodiversidade, além de proporcionar benefícios para a saúde física e mental das crianças.

A transformação das escolas em espaços mais verdes requer a participação de toda a comunidade escolar, incluindo alunos, professores, pais, gestores e comunidade local. É fundamental promover a educação ambiental e estimular o protagonismo juvenil para que as crianças e adolescentes possam participar ativamente da construção de um futuro mais sustentável.

A pesquisa do Instituto Alana revela a urgente necessidade de políticas públicas que promovam o acesso à natureza nas escolas, especialmente para as crianças e adolescentes mais vulneráveis. A falta de áreas verdes nas escolas é um problema que afeta a saúde, o bem-estar e o aprendizado das crianças, além de contribuir para a desigualdade social e ambiental. É fundamental que as escolas sejam transformadas em espaços mais verdes e resilientes, onde as crianças possam aprender, brincar e se desenvolver em contato com a natureza.

MATO GROSSO – CenárioMT

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