O ex-deputado estadual Roque Barbieri foi condenado por lesão corporal grave, no último dia 18, pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A condenação diz respeito a um ocorrido em 30 de maio de 1995, quando Barbieri já fazia parte da Assembleia Legislativa do estado e disparou contra Aparecido Miguel de Almeida, vendedor de cachorro-quente, na cidade de Biguiri, no interior paulista.
De acordo com o exame de corpo de delito e laudos complementares, Aparecido desenvolveu “lesões corporais de natureza grave”, de forma que o “membro inferior esquerdo ficou debilitado permanentemente”.
A defesa de Barbieri alegou à Justiça, na época, que o ex-deputado agiu em defesa própria e de terceiros, por acreditar que Aparecido tinha assaltado um vigia de rua que estava no local e pediu que o julgado fosse considerado improcedente com base no que chamou de “defesa putativa” – quando o indivíduo pensa estar em situação de perigo
Em depoimento, o vendedor de cachorro-quente disse que, naquela noite, estava voltando do trabalho – de bicicleta – junto com um amigo e chegou a perceber um carro vindo atrás e logo depois ouviu um tiro.
“Ao receber o tiro, o declarante estacionou sua bicicleta e deu alguns passos, e, não conseguindo, caiu ao solo; duas pessoas desceram de dentro do carro, e uma deles dizia para o declarante ‘me dá minha carteira’, insistindo por várias vezes; o declarante disse ‘Eu não tenho carteira nenhuma, pode me revistar, eu vivo do meu trabalho’”, diz um trecho do documento da denúncia.
O Tribunal de Justiça tinha estabelecido pena de um ano de reclusão ao ex-deputado, mas foi suspensa, de forma que agora ele deverá prestar serviços à comunidade em instituições que serão escolhidas pela Justiça paulista.
De acordo com a juíza responsável pela sentença, a resposta de Barbieri ao ocorrido no dia do disparo foi “desproporcional”, uma vez que não foi encontrada “nenhuma prova da agressão injusta”.
A condenação ocorreu anos depois, já que, no período em que foi deputado, os processos de Barbieri ficaram suspensos. Ele exerceu o cargo por oito anos, tendo foro privilegiado.
A CNN aguarda retorno da defesa de Roque Barbieri.