Em 2024 a a Comissão do Plano de Logística Sustentável (PLS) premiou durante o IV Seminário de Sustentabilidade na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Teses e dissertações desenvolvidas na UFMT foram premiadas através do Competição 3MT® Teses e Dissertações UFMT – Versão Temas ODS 2024 e receberam o reconhecimento dos estudos que estão em desenvolvimento em diferentes áreas. Este ano o evento abordou experiências voltadas para a construção de soluções sustentáveis para as cidades.
Douglas Lisboa Ramalho, do Programa de Pós-Graduação em Química, com a pesquisa “Avaliação neurotoxicológica do Paraquat e seus produtos de degradação em Drosophila Melanogaster” ficou em terceiro lugar na Competição 3MT® Teses e Dissertações UFMT – Versão Temas ODS 2024. De acordo com o pesquisador, o projeto acionou a técnica da fotocatálise para tratar poluentes. “Então o meu projeto, em certa ação, baseou-se em pegar uma técnica bastante inovadora, promissora no caso, uma técnica que é considerada verde, a técnica de fotocatalização, que vai conseguir eliminar esses resíduos”, conta o pesquisador acrescentando que a técnica consiste em fazer uma espécie de mineração dos produtos poluentes em um processo químico que demora horas.
A inovação está justamente na ferramenta utilizada para a mineração para a eliminação dos resíduos. “Então, utilizando um modelo animal que é o Drosophus melanogaster, que é um tipo de mosca, conhecido como mosca das frutas, esses animais tem uma, a gente fala, uma ortologia genética, ou seja, uma semelhança genética dos seres humanos. Essa semelhança faz esses animais muito especiais para os nossos tipos de pesquisa, porque a gente procura, primeiramente, olhar o efeito tóxico dos produtos”, pontua Douglas Lisboa Ramalho.
É a semelhança que faz com que o modelo tenha elevada eficiência. “Essa ortologia genética, principalmente a parte neural dessas moscas, de aproximadamente 80%, faz esse modelo ser bastante eficiente. Então a gente forneceu águas fortificadas com águas químicas, ou seja, contaminantes. Uma água com uma herbicida que já é constatado na literatura, que ele causa Alzheimer, Parkinson e a gente viu qual o momento de tratamento, o mínimo de tratamento, que esse risco não acontece mais. Então a gente constatou que ele, a partir de 30 minutos, não apresentaria mais toxicidade ao animal, isso indicando que esse tratamento, que poderia demorar de 8 horas, pode ser resumido a 30 minutos, e é um tratamento deixando mais verde, tendo uma maior eficiência energética”, ressalta o pesquisador.
Ele agradeceu pela oportunidade e explicou que o projeto foi baseado em procurar entender como o agronegócio tem impactos sobre a saúde pública. “Então, existe uma linha muito tênue entre esses dois, entre a economia, no caso a parte lucrativa, e a saúde pública. Então, existem vários projetos hoje na literatura que estão descritos que os resíduos gerados pelos agronegócios vêm atrapalhando ou proporcionando doenças crônicas, doenças em seres humanos, devido à contaminação crônica das águas residuais. A problemática do trabalho está em que o tratamento de água potável hoje nos territórios na América não é o suficiente para eliminar esses resíduos”, relata o pesquisador.