Um recente levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo Instituto Centro de Vida (ICV) revelou dados alarmantes sobre o desmatamento em Mato Grosso. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o estado desmatou cerca de 170 mil hectares de forma ilegal, tanto na Amazônia quanto no Cerrado.
No Brasil, o Cerrado foi o bioma mais atingido, com um total de 817 mil hectares desmatados. A Amazônia, por sua vez, perdeu 680 mil hectares de floresta.
Uma das principais formas de desmatamento identificadas no estudo foi a degradação progressiva do fogo. Essa prática causa a perda gradual da vegetação e da biodiversidade, transformando áreas de floresta em pastagens e áreas agrícolas.
Áreas protegidas não estão seguras em Mato Grosso
O levantamento mostrou que 78,7% do desmatamento ocorreu em imóveis rurais cadastrados, o que indica que a atividade é legalizada em alguns casos, mas com práticas ilegais. Além disso, 2% do desmatamento aconteceu em Unidades de Conservação (UC), como as Cabeceiras do Rio Cuiabá, que perderam 500 hectares de vegetação nativa.
Projetos de lei ameaçam a proteção ambiental
A situação se agrava com a aprovação de projetos de lei que podem legalizar o desmatamento em áreas de preservação ambiental. O substitutivo 3 do PL 18/2024, por exemplo, busca recategorizar áreas da Floresta Amazônica como Cerrado, o que facilitaria o desmatamento nessas regiões.
Outro projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso permite o desmatamento de até 65% da área do Cerrado e 20% das áreas de floresta na Amazônia Legal.
O desmatamento em larga escala tem graves consequências para o meio ambiente e para a sociedade. A perda da biodiversidade, a alteração do clima e a intensificação de eventos extremos como secas e enchentes são apenas algumas das consequências desse problema.