A recente negociação envolvendo o lateral-direito Fagner, do Corinthians, rumo ao Cruzeiro por empréstimo, tem gerado debates no cenário esportivo. Robson Morelli, editor de Esportes do Estadão, expressou a opinião sobre o assunto durante o programa Domingol da CNN Brasil, considerando que a transação não foi vantajosa para o clube paulista.
Segundo Morelli, o ponto crítico da negociação está no fato de que o Corinthians continuará arcando com uma parcela significativa do salário de Fagner, estimada entre 45% e 50% do total. “A gente não consegue entender, o torcedor não consegue entender como você empresta um jogador e continua pagando o salário dele. Empresa nenhuma acontece isso”, argumentou o jornalista.
Questionamentos sobre a gestão do clube
Morelli levantou questionamentos sobre a estratégia do Corinthians em renovar o contrato de um jogador de 35 anos para, em seguida, emprestá-lo mantendo parte dos custos. “O torcedor quer saber por que foi renovado o contrato de um jogador de 35 anos se você não tinha intenção de usá-lo”, pontuou, ressaltando a necessidade de maior transparência nas decisões do clube.
Apesar das críticas à negociação, Morelli reconheceu a importância histórica de Fagner para o Corinthians. “Ninguém apaga isso da história do Corinthians”, afirmou, referindo-se aos 10 anos de serviços prestados, à condição de capitão e aos títulos conquistados pelo lateral.
Perspectivas para Fagner no Cruzeiro
Quanto ao futuro de Fagner no Cruzeiro, Morelli especulou sobre as possíveis motivações do clube mineiro: “Talvez o Cruzeiro, nesse momento, esteja buscando jogadores mais sólidos, jogadores mais consistentes, jogadores que você sabe que não vai ratear.” O jornalista sugeriu que a experiência e a confiabilidade de Fagner podem ser valiosas para um time em processo de reformulação.
A conclusão de Morelli é que, embora a negociação possa ter aspectos positivos para Fagner e para o Cruzeiro, o Corinthians parece ter feito um negócio desvantajoso ao manter parte dos custos de um jogador que não utilizará. O caso levanta questões sobre gestão financeira e planejamento esportivo no futebol brasileiro, temas que continuarão a ser debatidos nos próximos meses.