Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou uma situação preocupante em relação à imunização no Brasil e, em especial, em Mato Grosso. A pesquisa, realizada entre 29 de novembro e 12 de dezembro, constatou que 73% dos municípios mato-grossenses enfrentam a falta de vacinas essenciais do calendário nacional.
No país, o cenário é igualmente alarmante, com 65,8% dos municípios relatando desabastecimento de imunizantes. Santa Catarina lidera o ranking nacional, com 87% dos municípios sem vacinas, seguida por Ceará (86%), Espírito Santo (84%) e Minas Gerais (83%).
A pesquisa da CNM apontou que a vacina contra a varicela ou catapora é a que mais falta nos municípios, com 52,4% das cidades brasileiras sem estoque. Em seguida, vem a vacina contra a Covid-19 para adultos, com ausência em 25,4% das localidades. A DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, também está em falta em 18% dos municípios.
Impacto na saúde pública
A falta de vacinas representa um grave risco para a saúde pública, pois deixa a população mais vulnerável a doenças evitáveis. A situação se agrava no caso da Covid-19, especialmente em um momento em que o número de casos voltou a aumentar no país.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, alertou para o aumento de 60% nas notificações da doença na primeira semana de dezembro, o maior desde março.
O que diz o Ministério da Saúde?
O Ministério da Saúde, por sua vez, garante que os estoques de vacinas estão abastecidos e que atendeu a todas as solicitações dos estados nos últimos meses do ano. O órgão destaca a regularidade nos estoques e os avanços na gestão das vacinas, atribuindo o crescimento das coberturas vacinais às campanhas de multivacinação realizadas em novembro.
Desafios e perspectivas
A discrepância entre os dados da CNM e as informações do Ministério da Saúde evidencia a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre a situação do abastecimento de vacinas no país.
É fundamental que os gestores públicos em todos os níveis trabalhem em conjunto para garantir o acesso da população à imunização e evitar o ressurgimento de doenças já controladas.