“O Athletico será campeão do mundo até 2024”, prometeu o presidente, Mario Celso Petraglia.
Eu não era daqueles que entendia que as palavras de Petraglia tinham o caráter de promessa.
A interpretação que imprimia era a de que nelas, Petraglia projetava e antecipava a grandeza do Athletico até 2024.
Dez anos atrás, quem havia lido alguns pensamentos de Friederich Nietzsche entendeu o presidente atleticano: não há mentira quando há sinal da boa fé numa causa.
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E não há como lançar dúvidas sobre a grandeza do Athletico. O rebaixamento no campo não o tornou pequeno. Ao contrário, é por essa grandeza que se explica o impacto da queda no âmbito interno, inclusive como surpresa a nível nacional.
Ocorre que durante esses dez anos o presidente Petraglia tomou posse do Athletico de uma forma tão absoluta, que foi criada uma situação inusitada para um clube associativo: com o tempo, já não se sabia mais o que é do Furacão e o que é de Petraglia.
E hoje, parece ser uma única coisa.
É que foram tantas as promessas não cumpridas, foram tantas as ofensas à torcida, é tanta a falta de transparência dos negócios pela inexistência de prestação de contas (balanço não é prestação de contas), e é tão incompreensível a indisponibilidade do cargo que preferiu correr o risco da queda, do que transferi-lo para outro.
Se a existência da boa-fé pode ser presumida por atos, a sua inexistência, também.
Explica-se, então, que houve mesmo uma promessa vendida à torcida como esperança, transformada em ilusão, e agora, dia 31 de dezembro de 2024, entregue como uma mentira. Mais grave: virou piada de final de ano.