O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,1 ponto em dezembro ante novembro, para 97,3 pontos, informou nesta quinta-feira (2), a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, a confiança empresarial se manteve estável.
Segundo a FGV, o resultado reflete dinâmicas opostas nos dois componentes do índice: enquanto o Índice de Situação Atual apresentou alta, o Índice de Expectativas recuou.
“A virtual estabilidade de dezembro ocorre pela combinação de melhora dos indicadores sobre o momento presente e piora nas expectativas. Por um lado, os empresários têm reportado sinalização de demanda aquecida, retratando o ritmo favorável da economia brasileira. Por outro lado, a piora nas expectativas, disseminada entre os setores, sugere que 2025 será um ano mais desafiador”, avalia Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.
Tobler ainda lembra que o cenário macroeconômico com aumento dos juros, dólar em alta e incerteza sobre sustentabilidade fiscal deve contribuir para maior cautela dos empresários na virada do ano.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) aumentou 0,7 ponto em dezembro ante novembro, para 99,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2013. O Índice de Expectativas (IE-E), em contrapartida, teve queda de 1,0 ponto, para 95,0 pontos.
Entre as expectativas, o destaque foi o item que mede as perspectivas para a evolução dos negócios nos próximos seis meses, com queda de 2,1 pontos, para 94,9 pontos. O item que mede as expectativas para a demanda teve ligeiro avanço de 0,1 ponto, para 95,2 pontos.
Quanto ao momento presente, o item que mede a percepção sobre a demanda corrente avançou 0,9 ponto, para 100,1 pontos, enquanto o componente que avalia a situação atual dos negócios cresceu 0,5 ponto, para 99,0 pontos.
Na passagem de novembro para dezembro, a confiança dos serviços encolheu 0,6 ponto, para 94,3 pontos; a do comércio cresceu 0,6 ponto, para 93,3 pontos; a da indústria avançou 1,0 ponto, para 99,6 pontos; e a da construção cresceu 0,9 ponto, para 96,6 pontos.
Em dezembro, a confiança avançou em 43% dos 49 segmentos integrantes do ICE.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.541 empresas dos quatro setores entre os dias 2 e 23 de dezembro.
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