O dólar encerrou esta terça-feira (7) em queda, ampliando as perdas da véspera, com os investidores ainda demonstrando otimismo com a possibilidade de imposição de tarifas de importação moderadas pelo novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos, enquanto aguardam dados de emprego da maior economia do mundo.
O dólar à vista fechou o pregão em baixa de 0,14%, a R$ 6,1056 na venda. No melhor momento do dia, a divisa era cotada em R$ 6,0538.
Já o Ibovespa encerrou com ganhos de 0,95%, a 121.162,66 pontos.
Contexto Internacional
Os mercados globais voltavam a repercutir nesta sessão a reportagem do The Washington Post, divulgada na segunda-feira (6), que sugeriu que assessores do presidente eleito dos EUA estariam explorando planos de implementar tarifas apenas sobre importações de setores críticos para o país.
A suposta movimentação, que representaria um recuo da abordagem mais agressiva prometida por Trump durante a campanha presidencial, levava os investidores a novamente retirar algumas de suas posições compradas na moeda norte-americana, o que já havia ocorrido na sessão anterior.
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,11%, a R$ 6,1143.
Apesar de o próprio Trump ter refutado a notícia horas depois da publicação, os mercados continuavam criando expectativa de planos tarifários mais moderados nos EUA, o que se junta a declarações recentes do republicano que mostraram mais abertura em temas como imigração e relações com a China.
“Hoje vemos uma continuidade do que se observou ontem, com um alívio marginal de que Trump não será agressivo em relação às tarifas. É o ponto de maior nervosismo em relação ao presidente eleito”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,14%, a 108,160.
A alta dos preços do petróleo nesta sessão também ajudava a impulsionar moedas de mercados emergentes, uma vez que favorece países exportadores da commodity, como o Brasil.
Os agentes financeiros analisarão mais tarde, às 12h, dados de vagas de emprego em aberto nos EUA para o mês de novembro, em busca de indícios sobre o estado do mercado de trabalho no país que ajudem na projeção da trajetória da taxa de juros do Fedreral Reserve.
Operadores têm apostado que o banco central norte-americano manterá os juros inalterados na reunião deste mês, reduzindo o ritmo do afrouxamento monetário iniciado no ano passado, em meio a uma economia resiliente e uma inflação ainda acima da meta de 2%.
Na cena doméstica
O IBGE informou mais cedo que os preços ao produtor no Brasil passaram a subir 1,23% em novembro diante da pressão dos preços dos alimentos.
O foco do mercado nacional deve se voltar novamente para o cenário fiscal brasileiro nas próximas semanas, segundo analistas, uma vez que os investidores ainda demonstram receios com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas.
“Esses movimentos de muito ímpeto são de curto prazo, a menos que haja uma reversão doméstica clara na questão fiscal… Isso esvazia um pouco a chance de retomada (do dólar) para patamares mais sustentáveis”, afirmou Spiess.
No radar deste pregão ainda estão a divulgação de dados da arrecadação federal para novembro, às 10h30, e uma entrevista ao vivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o programa Estúdio I, da GloboNews, às 13h30.
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*Com informações da Reuters