Virose no litoral de SP: número de casos em cidades passa de 7.500, segundo levantamento da CNN

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O ano novo começou com um “surto de virose” na Baixada Santista, em São Paulo. A cidade mais afetada foi Guarujá, que ultrapassou 2 mil atendimentos de viroses, segundo a prefeitura.

Em algumas unidades de saúde do município, o tempo de espera para atendimento médico chegou a 4 horas. A prefeitura de Guarujá informou à CNN que notificou a Sabesp sobre a possibilidade de irregularidades na rede de esgoto da região de Enseada ser a causa do aumento nos casos na cidade.

Com o aumento de casos, nem o “Aquaman do Guarujá” ficou imune. Gabriel Meira Pinto de Souza, de 45 anos, conhecido como “Aquaman do Guarujá”, apresentou sintomas de gastroenterite após mergulho no mar. No último domingo (4), uma mulher de 29 anos morreu após um quadro de virose. A jovem estava no interior de São Paulo e havia retornado de uma viagem a cidade de Guarujá.

O surto não é apenas no Guarujá. Um levantamento da CNN mostra que o número de pessoas com sintomas como diarreia, náuseas e vômito passou de 3 mil casos, de acordo com dados secretarias de saúde das cidades vizinhas.

Com os casos do Guarujá, são mais de 5 mil.

Veja situação nas outras cidades:

Santos

A cidade de Santos registrou 1.930 atendimentos relativos a casos de virose nas unidades de saúde do município. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a capacidade atual do sistema é suficiente para dar conta da demanda e não há nenhum paciente internado.

“O verão é uma época de atenção, já que as férias, aglomeração de pessoas, o consumo de alimentos de origem desconhecida e as enchentes causadas pelas chuvas são fatores de risco. Ou seja, cuidados pessoais são fundamentais para manter a saúde”, ressaltou a pasta.

Mongaguá

Em Mongaguá, segundo números da secretaria de Saúde à CNN, desde o dia 23 de dezembro, o município realizou 12.270 atendimentos, desses, foram 1.783 atendimentos por virose, cerca de 15% do total.

A pasta informou que o aumento começou no dia 30 de dezembro, e apresenta tendência de queda desde sábado (4). De acordo com a secretaria, não foi reportada nenhuma internação até o momento.

“Estima-se que o aumento nos números seja por conta do alto fluxo de turistas no município durante o período, quando o número de pessoas aumenta em mais de 800%”, afirmou.

Itanhaém

A prefeitura de Itanhaém informou que desde o dia 1º de janeiro foram realizados 1.145 atendimentos de casos de virose na cidade, somando a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e UPA Infantil.

De acordo com a gestão municipal, os principais sintomas são dores abdominais, náusea, vômito, diarreia e tontura. A prioridade de atendimento nas unidades de saúde tem sido pacientes em situação de maior vulnerabilidade, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas e condições debilitantes.

A prefeitura aponta que alimentos vendidos em condições inadequadas de armazenamento e manipulação podem ser responsáveis pela contaminação, por esse motivo, informou que foi intensificada a fiscalização contra o comércio irregular.

Cubatão

Segundo a secretaria de Saúde de Cubatão, o município atendeu 915 casos de pessoas com sintomas como diarreia, náuseas e vômito na primeira semana de janeiro de 2025. Não foi registrada nenhuma internação.

O dia com o maior número de atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi na segunda-feira (6), com 107 casos reportados. A pasta afirmou que não foi necessário ampliar o número de equipes nas unidades de saúde durante o período.

São Vicente

De acordo com a prefeitura de São Vicente uma pessoa está internada por conta de gastroenterite. O quadro de saúde da paciente é estável.

A secretaria de Saúde do município não informou o número de atendimentos por viroses no município. No entanto, a pasta afirmou que “o cenário está controlado, não havendo necessidade de plano emergencial”.

Como recomendação aos moradores e turistas que visitam a cidade, a pasta enfatizou a importância de higienizar as mãos adequadamente antes de manipular alimentos, lavar de forma correta frutas, legumes e verduras antes de consumo, filtrar ou ferver a água – caso desconheça a origem – e dar preferência ao consumo de água mineral engarrafada e lacrada.

Praia Grande

À CNN, a prefeitura de Praia Grande informou que houve queda no número de atendimentos de urgência e emergência nos últimos dias, incluindo casos ligado a viroses.

De acordo com a secretaria de saúde, mesmo com a alta de casos na primeira semana de 2025, a situação no município não ficou caracterizada como um surto. “Equipes de saúde foram reforçadas para darem todo o suporte necessário neste período”, ressaltou a pasta.

Por protocolo do Ministério da Saúde, as cidades não precisam notificar casos de virose, exceto em casos de surto. Por essa razão, a secretaria esclareceu que não tem um número relativo aos atendimentos desses casos na cidade. “Mesmo assim, técnicos da pasta seguem monitorando periodicamente a situação e os atendimentos nas unidades de urgência e emergência”, disse a Sesap.

Bertioga

Em nota, a prefeitura de Bertioga informou que desde o início de dezembro de 2024 até a terça-feira (7), foram atendidos 707 pacientes com sintomas de diarreia e gastroenterite no hospital municipal. Ainda segundo a secretaria, não há informação de pessoas internadas por conta da doença.

A CNN entrou em contato e aguarda o retorno da prefeitura de Peruíbe.

Prevenção e cuidados

O governo de São Paulo e a Secretaria de Estado de Saúde informaram que monitoram a situação no litoral. Na segunda-feira (6), aconteceu uma reunião entre os secretários de saúde das cidades da região e o governo estadual, para abordar as medidas que serão adotadas nos casos agudos de gastroenterocolite.

De acordo com a secretaria estadual, o Instituto Adolfo Lutz (IAL) fará a análise das amostras coletadas pelos municípios para mapear a possível origem do surto. “Ainda não podemos confirmar a origem do surto, pois estamos aguardando a conclusão da análise das amostras para fechar os casos”, afirmou Regiane de Paula, coordenadora em saúde da coordenadoria de Controle de Doenças (CCD/SES).

A diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar da Secretaria de Estado da Saúde, Alessandra Lucchesi, fez alertas aos moradores e turistas. “Não é recomendado tomar banho de mar nas 24 horas após períodos de chuva”, explicou. “Os alimentos também devem ser preparados e armazenados de forma adequada, sempre refrigerados”, concluiu.

Entre as recomendações do governo estadual está a atenção para as sinalizações sobre a qualidade da água do mar, com orientação para evitar os locais impróprios para banho, identificados com bandeiras vermelhas.

Confira outros cuidados:

  • Evite alimentos mal cozidos
  • Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados
  • Leve seus próprios lanches durante passeios ao ar livre, corretamente armazenados
  • Observe bem a higiene de lanchonetes e quiosques
  • Lave as mãos antes de se alimentar ou preparar alimentos
  • Beba sempre água filtrada
  • Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida

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