O Vice- Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a possibilidade de mais elevação na taxa básica de juros é o “copo meio vazio” da perspectiva econômica para 2025.
“Não adianta eu aumentar a taxa de juros, que não vai aumentar a safra. Isso é clima. Você sacrifica a economia porque quem está endividado fica em um situação dificílima. Quem precisa pegar empréstimo, não pega”, analisou o vice.
Alckmin comentou as perspectivas para 2025 à CNN, após paralisar o expediente para tomar um “cafézinho” na lanchonete do Palácio do Planalto. Ele também afirmou que o “copo meio cheio” inclui a perspectiva de uma safra maior neste ano, o que vai ajudar no aumento da oferta de alimentos e no controle da inflação.
O vice reforçou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que fechou em 0,52%, foi “bom” e ficou abaixo da expectativa do mercado.
O índice oficial da inflação brasileira, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10), mostrou que o brasil encerrou 2024 com o IPCA em 4,83%. O percentual está acima do teto da meta estabelecida, de 4,5%.
De acordo com o vice-presidente, a perspectiva do ciclo de alta na taxa Selic não resolve os problemas de oferta e demanda da economia brasileira. Ele citou ainda que o modelo do Banco Central dos Estados Unidos é o ideal ao excluir os custos de energia e alimentos.
“Então, por que o café subiu? Por que a seca foi brutal e o calor também. O barril de petróleo é guerra, é geopolítica. Não vai cair o preço porque aumentei o juros. Não é consumo”, disse o vice.
Alckmin também disse que há controle das contas públicas e apontou o que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apontou que o déficit do ano passado deve ficar em 0,1% do PIB, com a exclusão dos gastos da reconstrução do Rio Grande do Sul (RS). E ele ainda relembrou que houve recorde de resultado primário negativo durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
“É bom lembrar que, em 2020, no governo Bolsonaro, o déficit ficou em 9,7% do PIB (Produto Interno Bruto). A justificativa foi a COVID. O México também teve COVID, mas o déficit foi de 0,5% do PIB”
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