O vídeo falso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citado pela Advocacia-Geral da União (AGU) na notificação extrajudicial encaminhada ao Facebook na quinta-feira (9), não está mais disponível no Instagram.
O material, adulterado com uso de inteligência artificial, mostrava uma declaração do chefe da pasta econômica sobre a implantação de novos impostos inexistentes — como a taxação sobre animais de estimação, pré-natal e sobre prêmios de apostas esportivas.
Na notificação, a AGU solicitava que o conteúdo fosse retirado do ar em 24 horas ou então que fosse “tarjado” para informar que a postagem foi gerada por inteligência artificial, com o aviso de que “o vídeo foi gerado por inteligência artificial – conteúdo alterado ou sintético”.
De acordo com o governo, a publicação tinha o intuito de “confundir o público sobre a posição do Ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público”.
“A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, argumenta a notificação assinada por Carlos Eduardo Dantas, Rogaciano Bezerra e Karina Sousa.
No documento, a União também anexou o link do vídeo original, no YouTube, em que o ministro falava sobre uma reunião que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as expectativas para o ano de 2025 na pasta.
Após a determinação da AGU, Haddad publicou um vídeo nas redes sociais reiterando que o conteúdo era falso.
“Imposto sobre Pix, mentira. Imposto sobre quem compra dólar, mentira. Imposto sobre quem tem um animal de estimação, mentira. Pessoal, vamos prestar atenção, está circulando uma fake news. Prejudica o debate público, prejudica a política, prejudica a democracia”, disse o ministro.
Procurada pela CNN após a notificação, a Meta informou que não comentaria o caso. A reportagem questionou novamente a empresa, que controla o Facebook e o Instagram, para saber se a remoção do conteúdo teria sido feita pela plataforma ou pelo usuário, e aguarda retorno.
*Com informações de Maria Clara Matos, da CNN