A Polícia Civil do Amazonas confirmou nesta sexta-feira (10) o afastamento do delegado Jorge Arcanjo, suspeito de participação em uma organização criminosa que atuava em diversos estados do Brasil.
A investigação foi articulada pela Polícia Civil da Bahia na última quinta-feira (9) nos estados da Bahia, São Paulo, Paraná, Ceará e Amazonas.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas, o delegado, que foi aprovado no último concurso da corporação, é suspeito de prática criminosa cometida antes da nomeação ao cargo, em 2023, no estado da Bahia.
Jorge Arcanjo estava lotado no 74º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no município Borba, a 151 quilômetros de Manaus. A CNN tenta contato com a defesa do servidor.
Segundo a Polícia Civil da Bahia, o grupo criminoso praticava extorsão mediante sequestro com resultado morte. Esses crimes serviam para encobrir outras atividades ilícitas, como tráfico de entorpecentes e lavagem de capitais.
Em nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que as investigações ocorreram de forma sigilosa pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil da Bahia até o cumprimento do mandado.
Sobre a operação
As investigações foram iniciadas há cerca de um ano pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS) e envolveram o cruzamento de dados e o monitoramento detalhado das atividades do grupo.
Além do delegado afastado, outras cinco pessoas foram presas em Salvador, capital da Bahia, e nas cidades de Candeias, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
A polícia detalhou ainda que houve prisões no Ceará, São Paulo e Paraná. No total, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária e realizadas duas prisões em flagrante.
O que foi apreendido
- Duas armas de fogo, um revólver calibre .38 e uma pistola, com quatro carregadores, além de um carregador G2C, 128 munições calibre .40 e cinco munições calibre .38;
- Duas CPUs, quatro notebooks, um HD externo, 18 aparelhos celulares;
- Documentos diversos;
- R$ 42.620 mil reais em espécie e US$ 1.500 dólares;
- Veículos de luxo, incluindo um Toyota Corolla, uma BMW, uma Range Rover Evoque, uma motocicleta Kawasaki Ninja e uma Mercedes, esta última localizada no Amazonas;
- Nove relógios, diversas joias;
- Cinco comprimidos de ecstasy.
A operação também bloqueou cerca de 100 contas bancárias ligadas à organização criminosa, que movimentou aproximadamente R$ 150 milhões nos últimos três anos.