Uma mulher de 35 anos acusou a rede de lojas Magazine Luiza (Magalu) de racismo, após receber um e-mail da empresa, sendo chamada de “macaca”. O caso tem repercutido desde que a cliente da rede de loja publicou o caso nas redes sociais.
Uma cliente da Magazine Luiza registrou um boletim de ocorrência por injúria racial após receber um e-mail da empresa em que era chamada de “macaca”. O caso ocorreu no dia 5 de janeiro, em São Paulo.
A cliente, identificada como Susan Sena, relatou nas redes sociais ter feito a compra de uma máquina de lavar pelo aplicativo da empresa e, ao atualizar seus dados cadastrais, recebeu a mensagem com o termo racista.
Minha reação inicial foi de incredulidade. Eu simplesmente não conseguia acreditar que, em 2025, uma empresa do porte da Magazine Luiza pudesse cometer um crime racial contra uma cliente. Fiquei tão chocada que cheguei a tirar e colocar os óculos, na esperança de que o que estava escrito pudesse mudar
Susan Sena
Entenda a comunicação de cunho racista
Susan afirma em vídeo que o e-mail com a ofensa foi enviado logo após ela ter realizado o processo de reconhecimento facial solicitado pela empresa. Ela alega que o campo “apelido” em seu cadastro continha a palavra “macaca” e que a empresa não o removeu ao migrar os dados para o novo sistema em 2015. De acordo com Susan, o cadastro com o apelido de cunho racista teria sido feito por um atendente.
A Magazine Luiza, por sua vez, afirma que o processo de biometria é feito de forma 100% digital, sem interação humana, e que as mensagens de confirmação também são enviadas automaticamente. A empresa diz ter excluído o campo “apelido” dos formulários cadastrais e adotado uma lista de palavras inapropriadas para evitar casos semelhantes.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o caso foi registrado como injúria racial no 50° Distrito Policial (Itaim Paulista). A polícia investiga para identificar os responsáveis.
Posicionamento da empresa
A CNN entrou em contato com a Magalu para pedir um posicionamento sobre o caso. Em nota, a Magalu lamenta os constrangimentos enfrentados pela cliente e reafirma seu compromisso contra preconceito e discriminação.
De acordo com a empresa, o incidente não está relacionado ao processo de biometria, que é totalmente digital. Ademais, a empresa informa que removeu o campo “apelido” dos formulários e implementou uma lista de palavras inapropriadas. Veja a nota na íntegra.
Nota – Magalu
A Magalu lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores.
O cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo “apelido” de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro.
A Magalu é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas. A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança.