Um registro impressionante, capturado por um trabalhador rural em Sinop, Mato Grosso, viralizou nas redes sociais nesta semana. As imagens mostram uma onça-pintada, o maior felino das Américas, atravessando uma imensa plantação de soja.
A cena, por mais bela que seja, é um claro sinal do conflito entre o homem e a natureza.
A expansão da agricultura, principalmente a monocultura da soja, tem fragmentado os habitats naturais da onça-pintada, forçando o animal a buscar alimento em áreas cada vez mais próximas de centros urbanos e propriedades rurais.
Um equilíbrio ameaçado
A onça-pintada desempenha um papel fundamental no ecossistema, atuando como predador de topo de cadeia. Ao controlar as populações de outras espécies, o felino contribui para a manutenção da biodiversidade e a saúde dos ecossistemas. No entanto, a perda de seu habitat e o aumento dos conflitos com o homem têm colocado a espécie em risco de extinção.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) classifica a onça-pintada como “quase ameaçada”. Essa classificação indica que a espécie pode se tornar ameaçada de extinção em um futuro próximo, caso as medidas de conservação não sejam intensificadas.
O que fazer?
A coexistência entre homem e natureza exige um esforço conjunto de todos os setores da sociedade. É fundamental que haja um planejamento territorial mais eficiente, que leve em consideração a preservação dos habitats naturais e a criação de corredores ecológicos que permitam a livre movimentação da fauna.
Além disso, é preciso investir em ações de educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância da conservação da biodiversidade. A adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, como a agricultura de precisão e o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), também pode contribuir para reduzir o impacto da atividade agrícola sobre o meio ambiente.