O dólar à vista terminou a sessão em baixa ante o real nesta terça-feira (14), com investidores reagindo a novos dados de inflação nos Estados Unidos e a notícias sobre os planos tarifários do presidente eleito, Donald Trump.
A divisa fechou em queda de 0,84%, cotado a R$ 6,0466 na venda. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, depois de oscilar ao longo do pregão, terminou em alta de 0,25%, a 119.298,67 pontos.
Após sessões voláteis na semana passada, a moeda norte-americana oscilou pouco na véspera, fechando em leve baixa de 0,08%, a R$ 6,0980. Já a bolsa de valores brasileira retomou o patamar de 119 mil pontos.
EUA
Agentes financeiros reagiam positivamente nesta terça a uma reportagem da Bloomberg que sugeriu que membros da equipe econômica de Trump, que toma posse em 20 de janeiro, estão considerando movimentos graduais na implementação de prometidas tarifas de importação, reduzindo um pouco do pessimismo em relação à medida.
Mas a notícia apenas impedia o dólar de avançar com maior força no exterior, uma vez que os investidores continuam se ajustando à perspectiva de uma abordagem mais cautelosa do banco central dos EUA em seu ciclo de afrouxamento monetário, após dados fortes de emprego divulgados na semana passada.
A leitura da inflação ao consumidor no país em dezembro, a ser divulgada na quarta-feira (15), pode moldar ainda mais o humor dos mercados e até amplificar a aversão ao risco caso os números venham acima do esperado.
Atualmente, operadores esperam que o Fed mantenha os juros inalterados na reunião deste mês e realize somente um corte de 25 pontos-base até o fim do ano.
Cenário doméstico
O início do ano tem fornecido poucos impulsos para as negociações, diante da relativa escassez de novos dados econômicos e com a agenda política em Brasília ainda fraca em meio ao recesso do Congresso.
O principal receio do mercado segue sendo o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas, com entrevistas recentes de membros do governo fornecendo algum alívio com a promessa de mais medidas fiscais para este ano.
Na semana passada o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia dito que o governo seguia estudando novas medidas para sanear as contas públicas.
Já o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, sinalizou em entrevista publicada na última segunda-feira (13) pelo jornal O Globo que o governo deve adotar novas medidas fiscais neste ano.
“O governo continua tentando acalmar o mercado com mais promessas de responsabilidade fiscal… Declarações de autoridades brasileiras reforçaram essa posição e isso ajuda a aliviar um pouco as preocupações fiscais”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
*Com informações da Reuters