BRASÍLIA (Reuters) – O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quarta-feira que há necessidade de uma desaceleração da atividade econômica para que o processo inflacionário não piore.
Em entrevista à imprensa, Ceron afirmou que é preciso garantir que a inflação convirja à meta para que o país volte a ter “taxas de juros civilizadas”, enfatizando que a harmonização entre o trabalho do Banco Central e a política fiscal será “muito reforçada” em 2025.
“Neste momento, está ficando claro que há uma necessidade de uma desaceleração, uma acomodação, o que a gente chama de pouso suave, para garantir que a gente não tenha um descolamento do processo inflacionário”, afirmou.
O secretário disse que este ano traz boas perspectivas para as contas externas e o governo espera, a partir de “sinalizações e ações corretas”, reancorar expectativas e criar condições para que o BC cumpra seu papel de controle da inflação.
“Nós conseguimos coisas que o Brasil nunca tinha conseguido, como o pleno emprego. Para assegurar essas conquistas, precisa agir preventivamente para evitar outros desequilíbrios”, afirmou.
Diante de uma atividade aquecida, piora nas perspectivas para a inflação e deterioração de preços de ativos impulsionada por incertezas fiscais, o BC vem intensificando o processo de aperto nos juros básicos.
A Selic está atualmente em 12,25% ao ano e a autoridade monetária já indicou que fará mais duas elevações de 1 ponto percentual na taxa, neste mês e em março.
(Por Bernardo Caram e Victor Borges; )