A Blue Origin, empresa de foguetes fundada pelo bilionário da Amazon Jeff Bezos, alcançou um dos maiores sucessos em sua história na madrugada desta quinta-feira (16): enviar um foguete para a órbita da Terra.
O voo inaugural do New Glenn, primeiro foguete da empresa com potência suficiente para lançar satélites ao espaço, decolou pouco após as 4h da manhã, no horário de Brasília (2h da manhã no horário local), da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.
O lançamento foi transmitido ao vivo através do perfil da Blue Origin no X, antigo Twitter, confira o vídeo:
The NG-1 countdown clock is proceeding. The three-hour launch window opens at 1 a.m. EST (0600 UTC).
Live webcast begins here 20 minutes before launch.https://t.co/wDtmxoDKRs
— Blue Origin (@blueorigin) January 16, 2025
A tecnologia de demonstração a bordo do foguete, chamada Blue Ring Pathfinder, foi transportada com segurança para a órbita — tornando a missão um sucesso. No entanto, a Blue Origin não atingiu o objetivo bônus de guiar parte do foguete New Glenn, chamada propulsor de primeiro estágio, de volta para um pouso seguro em uma plataforma marítima após a decolagem.
Essa manobra, projetada para permitir que a Blue Origin recondicionasse e reutilizasse propulsores de foguetes — assim como a SpaceX faz com seus foguetes Falcon — visa economizar dinheiro e reduzir o custo dos lançamentos.
Lançamento muito aguardado
Quando a contagem regressiva chegou a zero, o New Glenn acendeu seus sete motores e decolou da plataforma de lançamento. O primeiro estágio, ou a parte mais inferior do foguete, acionou seus motores por mais de três minutos antes de se separar da parte superior do New Glenn. O propulsor de primeiro estágio tentou se guiar de volta para um pouso preciso a bordo da Jacklyn, uma plataforma marítima que Bezos batizou em homenagem à sua mãe.
Mas, quando o propulsor estava prestes a reacender seus motores para o pouso, os dados ao vivo do foguete foram interrompidos e os apresentadores da transmissão da Blue Origin ficaram tentando adivinhar o que poderia ter acontecido. Os apresentadores posteriormente confirmaram que o propulsor havia sido perdido.
A manobra de recuperação foi uma tentativa de replicar o que a SpaceX de Elon Musk faz com seus foguetes há uma década. A SpaceX, que agora rotineiramente pousa seus propulsores de foguete Falcon 9 em plataformas em terra e no mar, tentou e falhou quatro vezes em realizar a tarefa quando desenvolveu a manobra pela primeira vez em meados da década de 2010.
O resto do lançamento inaugural do New Glenn pareceu ocorrer sem problemas. A missão completa deve durar cerca de seis horas, terminando por volta das 8h (horário local). Após se separar do primeiro estágio, a parte superior do foguete New Glenn, carregando a tecnologia experimental Blue Ring, acionou seu próprio motor e continuou a se impulsionar em direção à órbita.
Após atingir o espaço, o foguete liberou sua coifa, uma estrutura semelhante a uma concha projetada para proteger satélites durante o lançamento. E o segundo estágio continuou acionando seus motores até atingir velocidades orbitais — que são tipicamente mais de 27.359 quilômetros por hora, mais de 22 vezes a velocidade do som.
O demonstrador Blue Ring exposto deve permanecer acoplado ao estágio superior do New Glenn durante toda a missão, em vez de se separar do foguete como um satélite normalmente faria.
O futuro do New Glenn
A demonstração triunfante do New Glenn pode preparar o foguete para um ano empolgante. A Nasa pretende usar o veículo para lançar dois orbitadores para Marte.
A Blue Origin também tem várias missões comerciais em seu manifesto, incluindo planos para ajudar a implantar a constelação de satélites de internet da Amazon e lançar satélites de banda larga celular baseados no espaço para a AST SpaceMobile.
O demonstrador Blue Ring que a Blue Origin está voando nesta missão também é precursor de um veículo que a empresa espera que um dia sirva como uma espécie de corrida Uber no espaço, levando satélites para mais longe no espaço quando necessário.
“O Blue Ring aborda dois dos desafios mais difíceis na exploração espacial hoje: o crescimento da infraestrutura espacial e a necessidade de maior mobilidade no espaço”, de acordo com o site da Blue Origin. “A capacidade da nave espacial de manobrar para múltiplas órbitas e locais, implantar e hospedar cargas úteis, e realizar computação e comunicações a bordo permitirá missões revolucionárias para uma variedade de clientes.”
A Blue Origin espera que os veículos Blue Ring sejam capazes de transportar satélites massivos, pesando até cerca de 3.000 quilogramas. A nave espacial Blue Ring que foi lançada na quinta-feira também faz parte de um acordo que a Blue Origin fechou com a Unidade de Inovação de Defesa do Departamento de Defesa dos EUA.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Blue Origin lança o foguete gigante New Glenn pela 1ª vez; veja vídeo no site CNN Brasil.
