Ministros veem sucessão de erros e imagem enfraquecida com recuo sobre Pix

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A decisão de recuo na “crise do pix” abriu divergências na Esplanada dos Ministérios e levou auxiliares próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a projetar uma nova rodada de desgastes do governo.

Para assessores diretos de Lula, ouvidos em caráter reservado pela CNN, houve uma sucessão de erros no caso e o governo corre o risco de arcar com a imagem de “mentiroso”.

Embora a taxação do pix jamais tenha sido cogitada pela atual gestão, o recuo pode ter gerado a percepção popular (e nas redes sociais) de que “no fundo” um novo tributo viria mais adiante e que o governo cede à pressão do bolsonarismo, segundo um interlocutor do presidente.

Ele citou um ditado para defender qual deveria ter sido, em sua avaliação, a conduta do governo como um todo: “Quem não deve, não teme”. O governo, enfatiza, não tinha nada o que temer nesse caso.

Esse mesmo interlocutor fez referência a uma postagem no X de um adversário político, o fundador e ex-presidente do Novo João Amoêdo, que também viralizou.

“A decisão equivocada do governo Lula de revogar a Instrução Normativa da Receita acaba por dividir os brasileiros em três grupos: os que concluem que temos um governo fraco, refém de fake news; os que acreditam que temos um governo mentiroso, pois não era fake news; e aqueles que acham que o governo é fraco e mentiroso”, escreveu Amoêdo.

Para um ministro com trânsito no Palácio do Planalto, houve uma série de equívocos:

  • A portaria original foi mal explicada e não teve impactos calculados.
  • O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, ficou falando “sozinho” durante muito tempo na imprensa e sem o apoio de aliados com mais traquejo político.
  • O governo poderia ter levado adiante um “desafio” aos opositores que espalhavam os rumores de taxação do pix: “Se alguém encostar no seu dinheiro, nunca mais vote no presidente Lula;
  • Se era para recuar, isso deveria ter ocorrido também com uma portaria da Receita e jamais por Medida Provisória (MP), deixando o ônus com Barreirinhas. Como foi feito, transforma uma questão técnica em crise política para Lula.
  • Tudo isso transmite um sentimento de governo disposto a desistir de medidas que considera importantes porque o bolsonarismo é forte nas redes e tem maior capacidade de mobilização.

A percepção nesta quinta-feira (16), em boa parte da Esplanada dos Ministérios, era de derrota para a oposição.

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