A China Asset Management Company, segunda maior administradora de recursos do país, planeja lançar fundos nos Estados Unidos e no Brasil este ano, disse a presidente-executiva da empresa, apostando em retomada do interesse dos investidores nos mercados chineses.
A gestora de fundos de propriedade majoritária do Estado chinês está buscando um parceiro nos EUA para lançar fundos que atendam aos investidores de varejo norte-americanos, apesar da probabilidade de aumento das tensões entre Washington e Pequim, disse a presidente-executiva, Li Yimei.
A China Asset Management (ChinaAMC), que administra US$ 350 bilhões, também está aguardando a aprovação de Pequim para lançar um fundo negociado em bolsa (ETF) de listagem cruzada no Brasil, afirmou ela, acrescentando que os lançamentos serão os primeiros do gênero nos dois países.
“Se a montanha não vier até nós, então iremos até a montanha”, disse Li em entrevista esta semana.
As iniciativas no exterior ilustram os esforços dos administradores de fundos chineses para expandirem seus investidores e atraírem de volta os participantes globais que reduziram sua exposição à China nos últimos dois anos devido às preocupações com a desaceleração da economia.
Embora seja “quase certo” que haverá mais desafios e atritos entre os EUA e a China com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, os ativos chineses podem se recuperar, já que Pequim fornecerá estímulo econômico suficiente para combater esse impacto.
“Acredito que eles (investidores estrangeiros) definitivamente voltarão a investir em ativos chineses”, disse ela.
Embora alguns investidores norte-americanos possam ter dúvidas sobre os produtos de um gestor de fundos chinês, Li ressaltou que outros podem ter pensamentos diferentes e “seria ótimo para nós atender à demanda daqueles que não têm dúvidas”.
No ano passado, os investidores internacionais e as instituições continentais migraram para os produtos gerenciados pela unidade da ChinaAMC em Hong Kong, com os ativos sob gestão dobrando e ultrapassando 12,84 bilhões de dólares.
Embora os investidores da América do Norte enfrentem mais restrições para investir na China, Li disse que está confiante na obtenção de novos fluxos de investidores do Oriente Médio, da América Latina e do Sudeste Asiático.
Pequim está em negociações para lançar um programa de listagem cruzada de ETFs com o Brasil, segundo o qual a ChinaAMC e alguns outros gestores de fundos oferecerão produtos com foco na China, disse Li, após a visita do presidente chinês Xi Jinping a Brasília em novembro.
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