O Plano Nacional de Ferrovias, que está em fase final de ajustes e deve ser apresentado em fevereiro, traz importantes novidades para o Mato Grosso. Entre os projetos estratégicos que fazem parte do plano, destacam-se a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrogrão, ambas com impactos diretos na logística e na economia do estado.
Com investimento previsto de R$ 100 bilhões, o plano contempla cerca de cinco mil quilômetros de novas ferrovias, com a maior parte do aporte vinda de concessões à iniciativa privada. Para garantir a viabilidade econômica dos empreendimentos, a União arcará com uma parcela significativa dos custos, estimada entre 20% e 30%, dependendo do projeto.
Fico em direção a Lucas do Rio Verde
A Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) terá papel crucial na logística do Mato Grosso. Atualmente, a Fico está sendo executada pela Vale, como contrapartida à prorrogação de contratos no setor ferroviário. O projeto prevê a extensão da linha até Lucas do Rio Verde, consolidando a cidade como um dos principais polos de escoamento da produção agrícola do Brasil.
A conclusão da Fico se integrará ao Corredor Leste-Oeste, conectando o Mato Grosso a outras regiões por meio de um sistema ferroviário mais eficiente, com potencial para reduzir custos de transporte e aumentar a competitividade dos produtos mato-grossenses no mercado interno e externo.
Ferrogrão: desafios e potencial para Mato Grosso
Outro projeto de grande relevância é a Ferrogrão, que ligará Sinop (MT) a Itaituba (PA). Com 933 quilômetros de extensão, a ferrovia visa criar uma alternativa logística para o transporte de grãos, reduzindo a dependência de rodovias e fortalecendo o Arco Norte.
Apesar do potencial econômico, a Ferrogrão enfrenta desafios significativos, como questões ambientais e complexidades de engenharia. Atualmente, o projeto depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para avançar, devido aos potenciais impactos em áreas de conservação ambiental.
Aposta na integração e no desenvolvimento
O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que o plano apresenta um cronograma detalhado para leilões e concessões, garantindo previsibilidade aos investidores.
Os recursos para a implementação das ferrovias vêm de repactuações de concessões realizadas pela atual gestão federal. A mineradora Vale, por exemplo, se comprometeu a investir até R$ 17 bilhões na extensão de concessões relacionadas à Estrada de Ferro Carajás e à Estrada de Ferro Vitória-Minas.
Com a inclusão de Mato Grosso em dois dos principais projetos do plano, o estado consolida sua posição como um dos maiores produtores agrícolas do país, fortalecendo a infraestrutura de escoamento e gerando novas oportunidades de desenvolvimento econômico e social.