Solos arenosos: manejos em rotação de culturas auxiliam o desempenho da produção de soja

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Cerca de 88 hectares de textura arenosa, que varia entre 7% e 32%, com mais da metade da área conduzida com protocolos dos mais diferentes manejos e um objetivo: melhorar o desempenho da produção de grãos em cima deste perfil de solo. Os resultados de pesquisas em diferentes manejos em rotação de culturas e construção de perfil de solos foram apresentados nesta semana em Campo Novo do Parecis.

Os dados revelados podem servir de auxílio para agricultores que cultivam soja em solos mais arenosos e são resultados de um trabalho de pesquisa detalhado que vem sendo feito por especialistas em parceria com a Associação dos Produtores de soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso) há quase uma década.

Os resultados são oriundos de pesquisas desenvolvidas no Centro Tecnológico (CTecno) da Aprosoja Mato Grosso, localizado em Campo Novo do Parecis.

De acordo com o pesquisador Leandro Zancanaro, cada ambiente de produção possui uma aptidão agrícola. “A nossa ideia onde há solos arenosos é desenvolver trabalhos e transferir esses resultados ao produtor para que ele tenha a orientação de como ele pode aproveitar melhor esses solos”.

O vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso, Luiz Pedro Bier, pontua que “todos os dados e todas as informações geradas aqui são divulgadas de fato. O que deu certo e o que deu errado são divulgados para o produtor. A Aprosoja segue essa linha de pesquisa gerando essa informação de qualidade, informação confiável para o produtor rural”.

Estudos em solos arenosos são fundamentais

Os estudos realizados pela Associação e especialistas são considerados fundamentais pelos produtores do estado, pois, conforme o produtor Marcos Deiss, “facilita muito para você tomar seu rumo no que se adapta melhor à propriedade”.

Presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, o produtor Antônio César Brólio salienta que tais pesquisas e resultados observados “têm mudado a realidade do campo para o produtor rural que tem solos arenosos”, uma vez que antes não se utilizava ou destinava para a pastagem.

“Hoje o produtor rural tem retorno em cima desses solos”, frisa o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis ao Canal Rural Mato Grosso.

O vice-presidente sul da Aprosoja Mato Grosso, Jorge Diego Giacomelli, comenta à reportagem que este é o sétimo ano em que a soja é implantada no campo experimental com milho vindo na sequência. “É muito importante você repetir protocolos ano a ano para que você realmente tenha um resultado mais assertivo do que está dando ali”.

Manejo de plantabilidade em soja entre as novidades

O manejo de plantabilidade em soja foi a novidade deste ano do CTecno Parecis 2025. Durante o dia de campo, os especialistas apresentam como principal atração a estratégia do sistema de mecanização agrícola, que pode favorecer a performance da oleaginosa e de outras culturas na propriedade.

“Já conseguimos identificar alguns mecanismos que foram interessantes este ano. Por exemplo, o uso de botinha na semeadura se mostrou interessante neste ano, um ano que está chovendo muito bem. Também temos um ensaio de profundidade de semeadura, onde conseguimos diagnosticar que a profundidade entre 13 e cinco centímetros é a ideal”, destaca a pesquisadora Daniela Basso Facco.

No local também são realizados experimentos, revela a especialista, com milheto, crotalária, braquiária e milho. “Então montamos esses experimentos em cima dessas diferentes palhadas para ver como seria o comportamento, para tentar trazer algumas alternativas diferentes para os produtores para eles conseguirem ter os benefícios da palhada e ainda assim conseguir plantar com uma melhor qualidade”.

Conforme o pesquisador André Somavilla, a cobertura de palhada no sistema de produção, aliada ao equilíbrio de dosagem de nutrientes na adubação, pode trazer benefícios significativos para o desempenho das lavouras, principalmente da soja.

“Os excessos eles sempre fazem mal, eles desequilibram o nosso sistema. Aqui trabalhamos com uma dose de reposição em torno de 90 quilos. Então é a dose de reposição para uma cultura, no caso a soja, e com palhada para manter o nosso sistema mais estável. Além de ciclar nutrientes, a planta de cobertura ajuda em outros fatores como manter a umidade do solo, manter a temperatura do solo e reduzir a incidência de plantas daninhas no sistema de produção”.

Durante o CTecno Parecis 2025 também foram apresentados resultados de pesquisas no sistema de nutrição foliar, diversificação de culturas, além de estratégias que visam melhorar a concentração de carbono no solo para alcançar bons rendimentos no plantio direto.

“As mudanças climáticas estão cada vez mais intensas e a agricultura tem muito a contribuir para essas reduções das emissões. E a grande vantagem que a agricultura tem é que tudo o que ela investir de práticas, investir quero dizer, direcionar a implementação de práticas para acumular carbono no solo, ela vai produzir mais e eu também vou refletir isso na produtividade da soja. Especificamente neste evento, nós vimos valores de 10 a 20 sacas por hectare. São valores muito significativos e associado a isso, o que está melhorando a produtividade da soja, também está melhorando o acúmulo de carbono no solo”, observa o professor de manejo de solos Cimélio Bayer.

Campos experimentais, como o de Campo Novo do Parecis, para o agricultor Maicon Rech “é uma segunda porta da nossa fazenda, onde a gente pode trocar muita informação do dia a dia”, bem como obter “várias conclusões que se pode levar para a formação do próximo plantio”, como ressalta o presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kröling.


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Canal Rural Mato Grosso

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