Abrasca: companhias estão cautelosas com economia e preservando caixa

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As companhias abertas brasileiras estão adotando uma postura cautelosa diante do atual cenário econômico, priorizando a preservação de caixa e a sobrevivência no mercado.

Esta é a avaliação de Pablo Cesário, presidente-executivo da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), em entrevista ao CNN Money nesta terça-feira (21).

Segundo Cesário, o momento é de prudência para as empresas, que enfrentam desafios como altas taxas de juros e o risco de recuperação judicial.

“As companhias estão todas em compasso de modo de prudência, o que significa é quem tem caixa preserva, quem não tem caixa se financia via mercado de dívida e também venda de ativos”, explica.

O executivo ressalta que este comportamento é uma resposta à política de ajuste fiscal e ao aumento dos juros, que visam reduzir a velocidade da economia.

Neste contexto, as empresas estão buscando diversificar suas fontes de financiamento e, em alguns casos, até mesmo recomprando ações.

Cesário também abordou a questão da reforma tributária e seus impactos nas empresas. A Abrasca defende uma avaliação criteriosa das políticas públicas e dos incentivos fiscais.

“Todos os incentivos concedidos para setor A, B, C, com todos os propósitos são dados para alcançar um propósito público, um resultado esperado”, diz.

O presidente da Abrasca enfatiza a necessidade de avaliar a eficiência dos gastos públicos e dos incentivos fiscais, buscando as formas mais eficazes de atingir objetivos como geração de empregos, combate à pobreza e estímulo à inovação.

A Abrasca se posiciona contra qualquer aumento de impostos, incluindo a possibilidade de elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e mudanças na tributação dos juros sobre capital próprio.

“A sociedade brasileira tem dado vários sinais de que o Estado precisa fazer mais e melhor com o que ele já tem”, argumenta Cesário.

Sem cenário para IPOs

Quanto ao mercado de capitais, Cesário observa que as condições para uma nova onda de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês) ainda não estão presentes.

No entanto, destaca o crescimento do mercado de dívidas como uma alternativa de financiamento para as empresas.

O executivo também chama a atenção para a tendência de diversificação das fontes de financiamento, incluindo a busca por IPOs no exterior.

“Isso traz uma discussão importantíssima sobre qual é a competitividade do nosso mercado nacional, já que, inclusive, empresas de pequeno porte estão escolhendo fazer abertura de capital, por exemplo, na Europa ou nos Estados Unidos”, conclui.

Veja empregos que ganham e perdem com a inteligência artificial

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