Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Brasil precisa focar em fortalecer seus laços com grandes parceiros comerciais do país, como a União Europeia (UE) e a China.
“O Brasil tem que manter relações com a União Europeia, com quem firmamos um acordo por meio do Mercosul. Temos que tratar de implementar este acordo”, enfatizou o chefe da equipe econômica em entrevista à Rede TV! nesta quinta-feira (30).
Questionado sobre como deve ficar a relação da diplomacia brasileira com os Estados Unidos após a posse de Donald Trump, Haddad avaliou que ainda é cedo para tomar conclusões.
“Precisamos ver na prática, não sabemos ainda qual será a política comercial”, indicou.
Olhando para a balança comercial positiva que os EUA têm com o Brasil, Haddad disse que “não faz o menor sentido” a proposta do republicano de taxar as importações tupiniquins.
Na noite desta quinta, Trump voltou a ameçar taxar os países membros do Brics – grupo do qual o Brasil é integrante – com alíquotas de 100% caso sigam com seus planos de desdolarização.
A CNN apurou que, mesmo com as ameaças do norte-americano, o Brasil, sob a presidência do bloco, vai continuar pautando a busca por meios de pagamento alternativos que sejam mais adequados à realidade dos emergentes.
Ainda assim, Haddad deixou uma “porta aberta” ao segundo maior parceiro comercial do país. “E também se houver interesse dos Estados Unidos em aprofundar relação conosco, podemos avaliar investimentos em transformação ecológica”, afirmou o ministro.
Apesar da retórica trumpista de cortar os financiamentos em sustentabilidade, Haddad apontou a postura como algo que pode acabar sendo positivo para o Brasil pois os interessados em realizar esses aportes vão buscar o país como alternativa.
“Já estamos sendo procurados por investidores que iam fazer suas plantas lá e que estão procurando o BNDES para fazer aqui. Temos vantagens competitivas incríveis em relação à produção de energia barata, eólica e solar no Brasil”, disse o ministro.
Com informações de Danilo Moliterno, da CNN Brasil