Na Baixada, como se fosse construída para a encenação de tragédias gregas, talvez a esperança tenha se tornado um dos piores males, uma forma de tortura, como na filosofia de Luiz Felipe Pondé (Folha de S.Paulo, 28.12.2005).
Nas eleições de dezembro de 2023, quando foi anunciada a união de todos os atleticanos, Athletico parecia ter retomado o rumo certo, tornando-o definitivo.
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Com Lúcio Glomb, na vice-presidência e o retorno formal, como conselheiros, de Ennio Fornea Júnior e Ademir Adur, que com Petraglia, de 1995 a 2001, construíram a base do Furacão da “geração arena”, havia esperança, sem dúvida.
Sabe-se, agora, que havia um elemento nessas escolhas de Petraglia. Com Glomb, na vice-presidência, e Adur e Fornea, no Conselho Deliberativo, quis dar a ideia de união entre atleticanos e seriedade ao novo mandato.
No entanto, o próprio Petraglia apareceu como o herói trágico.
Nem mesmo para mostrar aparência das suas intenções, Petraglia revelou espírito de renuncia à centralização do poder, do comando do fluxo dos acontecimentos do Athletico.
Agindo com desprezo a todos, mantendo cooptado o presidente do Conselho Deliberativo, o lobisomem Agnaldo Farias, vendeu, comprou, eliminou, rebaixou e fez horrores, sem prestar ou ser exigido a prestar contas.
Com a renúncia de Glomb e Gaede, o Conselho Administrativo deixou ser sério. Com a renúncia de Adur, Fornea e Edilson Thiele, Renato Adur e Renato Bettega, o Conselho Deliberativo perdeu conteúdo.
Agora, sou provocado por uma dúvida: essas renúncias não vão acabar atendendo o interesse de Petraglia? Gente séria, deixa-o perturbado. Ao contrário do “Chão de Estrelas” de Orestes Barbosa, Petraglia não pisa nas estrelas distraído.
No final, após intensa luta, o herói, incondicionalmente, é punido com um grande sofrimento por sua ousadia.
