O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), citou o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, baseado na história do também ex-deputado federal Rubens Paiva (PTB-SP), durante a ditadura militar.
“Temos que estar sempre do lado do Brasil, em harmonia com os demais poderes”, disse. “Encerro com uma mensagem de otimismo: ainda estamos aqui”, concluiu.
Hugo Motta foi eleito, neste sábado, como o novo presidente da Câmara, com 444 votos. Ele comandará a Casa pelos próximos dois anos.
Motta assume no lugar de Arthur Lira (PP-AL), que presidiu a Câmara nos últimos quatro anos, e de quem teve apoio.
“Ainda Estou Aqui”
A história de Rubens Paiva foi retratada pelo filme Ainda Estou Aqui, indicado a três categorias do Oscar no último dia 23 de janeiro – incluindo Melhor Filme. Ele foi interpretado pelo ator Selton Mello.
Ex-deputado, ele foi preso e morto pela ditadura militar em 1971, no Rio de Janeiro. Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade, o político foi torturado no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e morreu no dia seguinte à prisão.
Na versão oficial do exército, ele teria sido sequestrado e dado como desaparecido. O atestado de óbito foi emitido somente 25 anos depois, em 1996, após luta da esposa, Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres.
Ulysses Guimarães
Durante o discurso de posse, Motta também citou o ex-deputado Ulysses Guimarães, que comandou a Câmara após a redemocratização. Guimarães foi responsável por promulgar a Constituição Federal de 1988, feita depois do término do regime, e que vigora até hoje.
“Temos muito o que fazer… antes de tudo, colegas de trabalho e de vida. Eu sei a responsabilidade que me espera. E sei também que ninguém faz nada sozinho. Citando pela última vez Ulysses, muitos têm maior probabilidade de acertar do que um só”, disse o novo presidente da Casa Legislativa.