Indo além da estatueta de Melhor Atriz de Drama no Globo de Ouro 2025, a atriz Fernanda Torres, 59, assim como outros ganhadores, também foi consagrada com diversos mimos, incluindo produtos e experiências de luxo.
Entre os presentes oferecidos aos premiados, que vão de viagens a culinária, moda e beleza, está um lifting facial não cirúrgico com células-tronco.
À CNN, o dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que, em resumo, o lifting é um procedimento voltado para o rejuvenescimento com a intenção de minimizar sinais de flacidez, melhorar o contorno e restaurar a firmeza da pele.
“Ele pode ser realizado por métodos cirúrgicos, envolvendo reposicionamento de tecidos profundos e remoção de excesso de pele, ou por abordagens minimamente invasivas, como a aplicação de fios de sustentação, uso de tecnologias como ultrassom microfocado e lasers”, comenta.
Segundo o profissional, a técnica é amplamente indicada para pacientes que desejam um resultado mais duradouro e natural no combate ao envelhecimento.
O que muda no procedimento com células-tronco?
O uso de células-tronco no lifting agrega um componente regenerativo ao procedimento, estimulando a produção de colágeno, elastina e outros componentes essenciais para a saúde da pele.
“Enquanto o lifting tradicional é voltado para o reposicionamento e a sustentação dos tecidos, as células-tronco promovem uma melhora qualitativa da pele, restaurando sua elasticidade, firmeza e textura”, conta.
Também à CNN, Raquel Vicente, especialista em estética natural e regenerativa, acrescenta que, tradicionalmente, o método funciona por meio da remoção de um tecido de gordura do próprio paciente.
“Com a remoção desse tecido, ele passa por um processamento e a partir daí a gente consegue produtos que podem servir para volumizar o rosto até células-tronco muito puras e exossomos autólogos, que podem ser injetados novamente naquele paciente e promover um rejuvenescimento muito grande, desde que inseridos nas camadas corretas da pele”, afirma.
Os exossomos, conforme explica a especialista, são vesículas produzidas geralmente por células-tronco, que carregam moléculas regenerativas. “Assim, as células de onde os exossomos forem aplicados, conseguem rejuvenescer e melhorar sua eficiência, reduzindo a inflamação, melhorando a eficiência e resposta celular”, adiciona.
A aplicação tópica das células-tronco e os efeitos na pele
Lucas conta que a aplicação tópica de células-tronco ou de seus derivados, como fatores de crescimento e extratos, apresenta resultados limitados devido à barreira cutânea, que impede uma penetração significativa em camadas mais profundas da pele.
“Esses produtos podem melhorar a hidratação e atuar como antioxidantes superficiais, mas os efeitos regenerativos mais eficazes são observados quando as células-tronco são aplicadas por vias injetáveis ou associadas a tecnologias que aumentam sua absorção, como microagulhamento ou laser fracionado”, garante.
De onde as células são retiradas?
As células-tronco utilizadas em procedimentos estéticos podem ser retiradas de fontes autólogas, ou seja, do próprio paciente, como o tecido adiposo (gordura) ou a medula óssea.
O tecido adiposo é a fonte mais comum, pois é rico em células-tronco mesenquimais e pode ser obtido de forma menos invasiva, como por meio de lipoaspiração.
“Há também células-tronco alogênicas, provenientes de bancos de doadores, como do cordão umbilical, que são processadas e utilizadas em condições específicas. A escolha da fonte depende do objetivo do tratamento e das condições clínicas do paciente”, detalha o dermatologista.
Os resultados de procedimentos com células-tronco começam a ser percebidos em aproximadamente 4 a 6 semanas, período necessário para que o organismo inicie o processo de regeneração tecidual e produção de colágeno.
“Contudo, os efeitos mais evidentes, como melhora na firmeza, textura e elasticidade da pele, ocorrem entre 3 a 6 meses após o procedimento, quando o processo regenerativo atinge seu pico”, conta.
Retoques e contraindicações
Como o envelhecimento da pele é um processo contínuo, os procedimentos com células-tronco geralmente demandam manutenção. Em média, o retoque é recomendado a cada 12 a 18 meses, dependendo de fatores como idade, hábitos de vida e a resposta individual do paciente ao tratamento.
Ainda que seja uma técnica segura, o uso de células-tronco apresenta algumas contraindicações. Pacientes com doenças autoimunes, imunossupressão, infecções ativas na área de aplicação, câncer ativo ou histórico recente de neoplasias, além de gestantes e lactantes, devem evitar o procedimento.
Cuidados pós-procedimento
Os cuidados incluem evitar exposição solar direta por pelo menos 7 a 14 dias e utilizar protetor solar de amplo espectro diariamente para proteger a pele em regeneração.
“Também é indicado evitar atividades que possam causar trauma ou irritação na área tratada, como o uso de produtos abrasivos ou realização de peelings químicos, durante o período de recuperação. Produtos tópicos calmantes e hidratantes específicos, prescritos pelo dermatologista, podem ser utilizados para otimizar os resultados e reduzir possíveis desconfortos”, conclui Lucas.
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