Oferta de etanol e atraso do plantio tendem a elevar os preços do milho na semana

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou na semana passada que o plantio do milho segunda safra ocupava apenas 1,4% da área. Em mesmo período do ano passado, o avanço era de 10,4%.

O ritmo lento tem preocupado o mercado e se deve, principalmente, ao atraso na colheita da soja por conta do excesso de chuva em certas áreas e da falta em outras.

Falando em adversidades climáticas, a Argentina continua no centro das atenções. Embora o otimismo tenha ganhado força no final da semana, a incerteza sobre o real potencial produtivo ainda persiste, mantendo o mercado em alerta.

De acordo com a plataforma Grão Direto, com a alta nos preços dos combustíveis, as usinas de etanol de milho ganharam mais destaque no mercado, tornando-se um fator relevante na destinação do grão e influenciando a dinâmica comercial do setor.

Quanto aos preços na semana passada, em Chicago o milho encerrou a semana cotado a US$ 4,83 por bushel, queda de 0,62% frente ao período anterior (20 a 24 de janeiro).

No Brasil, na B3, o contrato de milho para março de 2025 registrou leve alta de 0,47%, encerrando a R$ 75,50 por saca. No mercado físico, os preços seguiram estáveis, sem movimentos expressivos, refletindo a cautela dos compradores diante das oscilações no mercado futuro.

O que esperar do mercado do milho?

  • Etanol de milho: as referências de preço para o milho tendem a se fortalecer nas regiões onde há usinas de etanol à base do cereal, impulsionadas pelo cenário dos combustíveis. “O governo tem mantido os preços da gasolina artificialmente baixos, mas com o aumento do preço internacional, a defasagem entre os valores praticados no Brasil e no mercado externo deverá ser corrigida gradualmente. Com a elevação dos preços da gasolina, o biocombustível também deve se valorizar, o que melhora a margem das usinas e aumenta seu poder de compra do cereal”, afirma a Grão Direto, em nota. “Esse cenário pode beneficiar os produtores, que terão a oportunidade de travar contratos futuros com essas usinas, especialmente considerando o atraso no plantio do milho segunda safra e a maior competitividade do setor de etanol”.
  • Atraso da segunda safra: o atraso no plantio do milho segunda safra já é uma realidade, mas os impactos sobre a área plantada ainda são incertos. “Os custos de insumos seguem elevados, refletindo a valorização do dólar, e a janela de plantio será determinante para a tomada de decisão dos produtores. No estado de Goiás, alguns produtores parceiros da Grão Direto já sinalizaram redução de área plantada, deixando 30% das áreas apenas com plantas de cobertura. Outros optaram por uma estratégia de diversificação, mesclando a semeadura de milho com sorgo, devido à sua maior resistência às condições adversas”, diz o balanço da plataforma.

Diante desse cenário, as cotações do milho na B3 e no mercado físico devem ser impulsionadas para cima, refletindo a expectativa de menor oferta no mercado doméstico.

Canal Rural

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