Cepea, 5/02/2025 – O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje as agromensais de dezembro de 2024, com as retrospectivas do ano.
Abaixo, alguns trechos das análises mensais:
AÇÚCAR: O açúcar brasileiro mantém-se como um pilar no cenário global em meio a adversidades climáticas e desafios de produção. Apesar dos severos desafios climáticos enfrentados, especialmente no estado de São Paulo, o encerramento da safra surpreendeu com resultados superiores ao que os produtores haviam inicialmente antecipado.
ALGODÃO: Após os recordes alcançados no ano anterior, 2025 deve apresentar novos desafios à cadeia produtiva de algodão. A produção mundial está crescendo mais que a demanda, os avanços nos custos de produção superam os aumentos nos preços de venda para a nova temporada, a economia mundial sinaliza crescimento em linha com o observado em 2024, o petróleo é negociado a patamares abaixo dos registrados há um ano (o que favorece fibras sintéticas) e os contratos futuros da pluma apontam estabilidade para 2025.
ARROZ: O recorde de preços no mercado interno de arroz em 2024 deve refletir em rentabilidade positiva com a cultura ao longo de 2025, além de resultar em crescimento de área no Brasil. O maior excedente doméstico deve reduzir a necessidade de importação, bem como favorecer as exportações. Em nível mundial, as condições das lavouras são consideradas boas em praticamente todos os principais países produtores (exceto nas Filipinas), o que deve contribuir para uma produção recorde na temporada 2024/25.
BOI: Postos à análise os grandes fundamentos da pecuária neste início de 2025, é possível estimar um ano de continuidade dos investimentos dentro da porteira e de crescimento em ritmo mais comedido da oferta de animais/carne e também da demanda.
CAFÉ: O ano de 2025 promete ser novamente desafiador para a cafeicultura nacional e mundial, sobretudo no que se refere ao atendimento da demanda global. Os preços domésticos e externos, que já operam em patamares recordes, devem permanecer elevados, tendo em vista uma projeção de curto prazo sem grandes aumentos de produção, os estoques apertados do grão e a demanda mundial firme.
ETANOL: Para a próxima safra sucroenergética 2025/26, que se inicia oficialmente em abril de 2025, os principais focos de atenção de agentes do setor brasileiro estão relacionados à qualidade e à produtividade da cana-de-açúcar. Vale lembrar que as lavouras foram prejudicadas pelo clima adverso (quente e seco) ao longo de 2024 e pelos incêndios em agosto/24 na região Centro-Sul, especialmente no estado de São Paulo.
FRANGO: O cenário atual indica que o setor avícola nacional pode seguir crescendo em 2025, mas deve – novamente – enfrentar muitos desafios, sobretudo os relacionados à biossegurança animal e a conflitos em importantes países que são destinos da carne brasileira. Estudos realizados por pesquisadores do Cepea indicam que a produção de carne de frango deve alcançar 14,2 milhões de toneladas em 2025, aumento de 2,9% frente à do ano anterior (estimada em 13,8 milhões de toneladas).
MILHO: O ano de 2025 se inicia com cenários distintos nos mercados interno e externo de milho. No Brasil, os preços do cereal no spot estão acima dos registrados no começo de 2024, mas o mercado futuro aponta cotações menores que as atuais. Já na Bolsa de Chicago (CME Group), os contratos operam em valores inferiores aos de um ano atrás e não mostram sinais de recuperação para 2025.
OVINOS: Os preços do cordeiro vivo podem aumentar em 2025, segundo estimativas realizadas pelo Cepea, reflexo de uma oferta mais restrita de animais em todos os estados acompanhados. O principal motivo dessa limitação de animais, segundo colaboradores, é que muitos produtores estão abandonando o setor.
SOJA: A safra 2024/25 brasileira se iniciou em meio a temores por conta do baixo volume de chuvas, mas o clima favorável nos meses seguintes deve garantir produção de soja recorde. Do lado da demanda, políticas nacionais estimulando maior mistura de biodiesel ao óleo diesel deve favorecer a procura pelo grão para processamento interno.
TRIGO: O ano de 2025 se inicia com menor disponibilidade de trigo no mercado interno. No segundo semestre de 2024, a queda na produção foi compensada parcialmente pela crescente importação. Assim, é de se esperar que as compras externas sigam aquecidas no primeiro semestre de 2025, com preços crescentes. No campo, os maiores valores do cereal podem fazer com que produtores brasileiros mantenham ou até mesmo elevem a área com trigo na próxima temporada.
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Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP