Um homem de 46 anos foi preso nesta terça-feira (4.2) em Sorriso, Mato Grosso, pelos crimes de injúria racial, lesão corporal e violência psicológica contra sua ex-companheira. A vítima, de 31 anos, procurou a Polícia Civil na segunda-feira (3.2) relatando um histórico de violência que sofria do suspeito, que a ofendia com termos racistas como “negra fedida”.
A vítima, após buscar ajuda da polícia, foi agredida fisicamente pelo suspeito, que arremessou uma garrafa em sua direção, causando lesão em seu tornozelo. Na manhã de terça-feira, uma irmã da vítima presenciou o suspeito correndo atrás dela e a ofendendo verbalmente, o que levou à sua prisão em flagrante pela Polícia Civil.
Injúrias raciais
A vítima relatou que já possuía uma medida protetiva contra o suspeito, que já havia sido preso anteriormente por crimes contra ela. Além das agressões físicas e verbais, o homem proferia injúrias raciais contra a vítima, ofendendo-a com expressões como “negra nojenta”, “fedida”, “negra maranhense”, “maranhense aqui em Sorriso não é nada”. As ofensas também eram feitas durante chamadas de vídeo com a família do suspeito, expondo a vítima a humilhação pública.
As injúrias raciais também se estendiam ao filho do casal, com o suspeito afirmando que ele era branco e o filho “cheira negro”. A vítima relatou ainda que, há quatro meses, o suspeito a queimou no braço com óleo quente e, em outra oportunidade, bateu sua cabeça no beiral da porta.
Crime de racismo
A delegada Jéssica Assis explicou que, desde 2023, a injúria racial é considerada como crime de racismo, sendo também um delito inafiançável e imprescritível, ou seja, não cabe pagamento de fiança e não prescreve.
“Observamos nas declarações da vítima que, além da gravidade da agressão física, as injúrias raciais a ofendem a ponto de ela começar a se sentir diminuída e desvalorizada como ser humano”, observou a delegada.
Prisão preventiva
O companheiro da vítima foi autuado pelos crimes de lesão corporal no âmbito da violência doméstica, violência psicológica e injúria racial. A delegada representou ao juízo da Comarca de Sorriso pela conversão do flagrante em prisão preventiva.
A prisão do agressor e a investigação do caso demonstram o compromisso da Polícia Civil em combater a violência contra a mulher e o racismo em Mato Grosso. A denúncia da vítima e o trabalho da polícia foram cruciais para que o agressor fosse responsabilizado por seus crimes.