O Serviço Geológico do Brasil (SGB) está realizando um levantamento detalhado da área do Domo de Araguainha, a maior cratera de impacto meteorítico do Brasil e da América do Sul. A iniciativa atende a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e visa subsidiar a criação do Geoparque Astroblema de Araguainha – Ponte Branca (GO/MT), que englobará 15 geossítios selecionados.
O levantamento, que deve ser concluído até maio, contribuirá para a elaboração do mapa do patrimônio geológico do Domínio Serra Geral, previsto para ser finalizado até o final de 2025, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). O estudo busca reforçar a preservação da cratera, que tem 40 quilômetros de diâmetro e é a 15ª maior do mundo.
Relevância científica e reconhecimento internacional
O Domo de Araguainha ganhou reconhecimento global em outubro de 2022, quando foi incluído pela International Union of Geological Sciences (IUGS) na lista dos cem principais sítios geológicos do mundo. A escolha levou em conta sua importância científica e seu potencial para atividades educacionais, culturais e turísticas.
A cratera tem um papel fundamental nos estudos sobre impactos meteoríticos e mudanças geológicas, sendo um patrimônio natural de grande valor. A pesquisa em andamento busca aprofundar o conhecimento sobre a região e fortalecer sua conservação.
Impactos ambientais e preocupação com infraestrutura
Além da preservação do Domo, o MPF também investiga os possíveis impactos socioambientais da construção da rodovia estadual MT-100, que pode afetar a região central da cratera. O órgão acompanha de perto as ações de órgãos públicos para garantir que qualquer intervenção respeite o patrimônio geológico e o ecossistema local.
A criação do Geoparque Astroblema de Araguainha pode representar um avanço para a ciência e o turismo sustentável na região, promovendo educação ambiental e desenvolvimento econômico alinhados à preservação do patrimônio natural.