Um dos líderes de uma facção criminosa que atuava em Mato Grosso foi transferido para uma penitenciária federal no Paraná, nesta quinta-feira (6.2). O criminoso, que estava detido no raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, tem mais de 245 anos em condenações por dezenas de delitos graves, incluindo o homicídio de uma mulher grávida.
A transferência do criminoso, ocorreu a pedido da Polícia Civil e da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), diante da periculosidade do indivíduo e dos crimes ordenados por ele, mesmo estando detido. A solicitação para a remoção obteve parecer favorável do Ministério Público Estadual e foi acatada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso.
O criminoso foi escoltado por equipes da Polícia Penal ao Aeroporto Marechal Rondon, onde foi embarcado em uma aeronave comercial. A transferência faz parte das ações desencadeadas pelas forças de segurança de Mato Grosso, dentro do pacote de medidas Tolerância Zero contra o crime organizado, do Governo do Estado.
Crimes e condenações em Mato Grosso
O líder da facção criminosa foi investigado em inquéritos da Polícia Civil, a maior parte deles em Sinop, onde ordenou diversos homicídios. Em uma investigação recente, ele foi alvo da Operação Follow the Money, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Sinop, que apurou a atuação de uma facção criminosa na lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
Um dos crimes ordenados por ele foi o homicídio que vitimou uma jovem de 17 anos e seu companheiro, de 22 anos, em julho de 2022, em Sinop. Conforme a investigação da Polícia Civil, o alvo era o homem, mas a jovem também foi morta. O líder da facção criminosa foi condenado a 42 anos de reclusão pelos homicídios do casal.
Outro crime de repercussão, também ordenado foi o assassinato de um jogador de futebol, em setembro de 2021. A vítima teve a residência invadida por criminosos armados e foi levada por eles. O corpo do jogador foi encontrado pela Polícia Militar nas proximidades da BR-163, em uma área de mata de difícil acesso. Ele foi executado depois de ter a morte decretada por uma facção criminosa, supostamente por ser apontado como autor de um estupro, fato que não foi comprovado na investigação.
Cinco executores e o mandante foram identificados nas investigações da Polícia Civil. Em novembro de 2023, o grupo foi julgado e recebeu penas que somam 122 anos de reclusão. O líder da facção criminosa teve a maior condenação, de 40 anos de reclusão.
A primeira prisão do criminoso ocorreu em Lucas do Rio Verde, por um roubo ocorrido na cidade.