O deputado federal Luis Carlos Hauly (Podemos-PR), autor da PEC do Semipresidencialismo, afirmou neste sábado (8) à CNN que a proposta beneficiaria líderes como o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Essa medida é salutar para os grandes líderes que conduzem as massas às ruas, como o Bolsonaro, como o Lula. Entendo como uma matéria benigna para esses líderes, que tem como responsabilidade governar, demitir o primeiro-ministro, trocar de governo… é muito fácil, muito mais ágil, com zero prejuízo para a economia e para a população”, afirmou.
A proposta, protocolada na última quinta-feira (6), pede alteração na divisão atual de poderes, de forma que o Executivo seria dividido com um primeiro-ministro, escolhido com base no diálogo com o Congresso Nacional.
Houly disse que está disposto, inclusive, a conversar com Lula sobre o tema, se for o caso. Para ele, a aprovação da proposta ajudaria a gestão federal.
“No caso do presidente Lula, ele poderia andar pelo mundo, fazer a sua pregação, andar pelo Brasil e o governo estaria sendo administrado por uma equipe de confiança também… e quando essa equipe perder a confiança, pode ser demitida”, disse.
Ele criticou o atual sistema de escolha de novos ministros, argumentando sobre a necessidade de uma modernização.
“Queremos que essa ideia prevaleça e que convença os deputados e senadores de que o Brasil precisa modernizar o presidencialismo, que é arcaico, cheio de crise, cheio de problema. Quando se escolhe um ministro, tira do bolso do colete, não é uma escolha democrática, parlamentar, partidária”, afirmou.
A PEC surfa na movimentação da Câmara, para discussão de uma reforma eleitoral. Além dela, também está, em evidência, a pauta sobre a implementação do voto distrital misto para eleger deputados federais, estaduais – e do Distrito Federal -, e vereadores.
No entanto, Hauly diz que não tem “pressa”. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) foi na mesma linha ao comentar o assunto.
“Há interesse na Casa e entre os partidos em debater o tema. Também não temos compromisso em pautar com urgência. Pelo contrário, discutir o sistema político do Brasil é sempre positivo para buscar mais eficiência, ampliar a participação popular e garantir um governo com mais resultados à população”, afirmou Hugo a jornalistas, na Paraíba.