Mato Grosso pode enfrentar apagões nos próximos anos devido ao rápido crescimento da energia solar sem a devida expansão da infraestrutura de transmissão. O alerta foi feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no relatório do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do SIN (PAR/PEL).
O estado tem 94% das subestações de fronteira operando com “fluxo reverso”, a maior porcentagem do país. Esse fenômeno ocorre quando há um excesso de energia gerada, que retorna para a rede, podendo causar sobrecargas e até desligamentos.
O crescimento da MMGD, especialmente a solar fotovoltaica, tem intensificado o problema. Mato Grosso possui 2 GW de capacidade instalada em MMGD, e a projeção é que esse número ultrapasse 4 GW até 2029.
Sobrecarga na rede em Mato Grosso
![Sobrecarga na rede em Mato Grosso](https://www.cenariomt.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Design-sem-nome-2025-02-11T075658.972.png)
![Sobrecarga na rede em Mato Grosso](https://www.cenariomt.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Design-sem-nome-2025-02-11T075658.972.png)
A falta de estrutura para absorver essa energia tem sobrecarregado a rede, e algumas subestações já enfrentam sobrecarga devido à inversão de fluxo de potência ativa.
O rápido crescimento do setor agropecuário tem aumentado a demanda energética, especialmente durante a noite, elevando a pressão sobre as subestações.
A demora na entrega da Subestação Cuiabá Norte pode agravar a sobrecarga do sistema elétrico. A unidade, que ajudaria a aliviar o esgotamento da transformação da SE Coxipó, segue sem previsão de conclusão.
Como alternativa, foi indicada a instalação do segundo ATF 500/230 kV na SE Cuiabá, com o objetivo de mitigar problemas de controle de tensão.
Expansão da infraestrutura
O plano de expansão prevê novas estruturas para atender à crescente demanda no norte de Mato Grosso e no Pará, incluindo a construção do setor 230 kV da SE Cláudia, novo setor 138 kV da SE Cláudia, Subestação Novo Progresso 230/138 kV e Subestação Cachimbo 230 kV.
O rápido crescimento da energia solar em Mato Grosso é um desafio para o sistema elétrico, e a falta de investimentos na infraestrutura de transmissão pode levar a apagões nos próximos anos.
É fundamental que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e a confiabilidade do fornecimento de energia no estado.