Petraglia faz aniversário como vilão e alvo da torcida do Athletico

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Presidente e responsável pela revolução do Athletico nos últimos 30 anos, Mario Celso Petraglia completou 81 anos de vida nesta terça-feira (11). Um dos maiores dirigentes da história do futebol brasileiro fez aniversário em meio à crise da idolatria, que virou uma espécie de vilania pelo rebaixamento no centenário do Furacão.

Na última aparição pública, na Ligga Arena, Petraglia reagiu aos xingamentos e mostrou o dedo do meio para a torcida.

O episódio é mais uma polêmica na conturbada relação entre o dirigente e o torcedor, mas simboliza bem o clima tenso entre as partes. Além disso, o caso serviu como estopim para a renúncia de dois vice-presidentes: José Lúcio Glomb e Henrique Gaede se revoltaram com a cena e deixaram os cargos.

Considerado um dos culpados do rebaixamento, Petraglia foi alvo de protestos em todos os jogos na Arena nesta temporada. No post para marcar o aniversário dos 81 anos do presidente, a maioria esmagadora dos comentários e reações dos torcedores foi negativa.

Entre os temas mais comuns, estão os pedidos pela saída do presidente e os gestos obscenos contra os torcedores. Poucos são os que ainda mostram algum tipo de apreço ou gratidão.

O entendimento de boa parte da torcida é que Petraglia está em decadência. Vale lembrar que, por problemas de saúde, o dirigente se afastou do dia a dia no CT no Caju.

Problemas de saúde de Petraglia

O homem-forte do Furacão convive com cirurgias reparadoras desde dois procedimentos iniciais — correção de fístula intestinal e fechamento da parede do abdômen. A primeira foi em 17 de setembro de 2019, na véspera do título da Copa do Brasil, contra o Internacional, e a segunda em 9 outubro daquele ano.

Em 2023, a situação se complicou. Em junho, Petraglia pediu afastamento por tempo indeterminado. Após quatro meses, o retorno aconteceu de forma remota.

Durante aquela licença, o Aguinaldo Coelho de Farias, que desde abril acumula as funções de presidente do Conselho Deliberativo do Athletico e o cargo de 1º vice-presidente do Conselho Administrativo, assumiu a função de Petraglia oficialmente.

Em 2024, no ano do centenário, a ausência de Petraglia no dia a dia do CT foi sentida. Após ser demitido, o técnico Martin Varini revelou que nem conheceu o presidente pessoalmente.

Quem ganhou força no departamento de futebol foi Marcio Lara. No entanto, o rebaixamento sacramentado definiu também a vilania, tanto de Petraglia quanto Lara.

Neste ano, o treinador escolhido por Petraglia foi Maurício Barbieri. O atual comandante viu o presidente uma vez: passou por uma conversa longa na casa do dirigente antes de ser anunciado.

Em entrevista coletiva, na semana passada, Barbieri deixou claro que não viu mais o dirigente e que conversa com o diretor Rodrigo Possebon, que é o responsável por fazer o meio campo com o presidente.

Movimento cresce, mas rechaça ser “oposição”

Reunião do movimento “Nosso Athletico”. Foto: Vinicius Cordeiro/UmDois Esportes

No início deste mês, a torcida organizada Os Fanáticos promoveu uma manifestação pela saída de Petraglia. Foram estendidas bandeiras e faixas em frente à Ligga Arena, além de diversos cantos como: “Presidente, otário, passou vergonha e caiu no centenário”.

Já em outra frente, um grupo de torcedores têm se organizado como “Nosso Athletico”, que reúne mais de 6 mil assinaturas em um abaixo-assinado. O grupo, que mantém conversas com ex-dirigentes rubro-negros, representa as cobranças por mais transparência do clube.

O movimento rechaça totalmente que vai tentar adiantar as próximas eleições do Athletico, previstas para o fim de 2027, ou vai pedir o impeachment de Petraglia. Além disso, também nega que seja o início e uma chapa de oposição.

O movimento, contudo, sugeriu o afastamento do presidente, mas quer que isso ocorra a partir de Petraglia por “hombridade”.

“Não queremos trazer essa palavra oposição porque isso traz claramente uma questão política eleitoral. Esse não é o caminho. O que estamos aqui é visando apurar o que é nosso direito e isso que vamos atrás, por meios administrativos e legais”, conta o advogado Thiago Rosa, um dos coordenadores.

Ele exaltou ainda a insatisfação com o Conselho de Ética do Athletico, que recebeu centenas de denúncias dos associados contra Petraglia e Lara.

“Se o Conselho de Ética tivesse uma autonomia, como qualquer casa que se preze, tomando conhecimento público e notório de uma conduta daquela, deveria ser apurado”, aponta Rosa.

“Não se gere um clube por WhatsApp. Desencadeou o que a gente acabou colhendo e o caminho foi a Segunda Divisão. A gente quer que seja transparente. Não sabemos quem estava tocando o Athletico em 2024, mas sabemos que alguma coisa não está 100% certa. Não pode ter alguém que deve um dever ético dentro do clube fazer aquele gesto obsceno para uma torcida inteira mesmo que não goste de A, B ou C”, completou.

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