Setor agrícola vai capacitar e gerar empregos para detentos

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Um protocolo de intenções foi assinado nesta segunda-feira (10), entre entidades governamentais e do setor agrícola, para a construção de uma oficina-escola, cursos de capacitação e geração de empregos no campo para detentos do sistema prisional de Barreiras, no Oeste da Bahia.

A assinatura foi entre o Instituto da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap) e o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para a construção de uma oficina-escola no Conjunto Penal do município.

Outros dois termos também foram firmados com o Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras (SPRB) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), por meio do Senai, com o objetivo de promover capacitação profissional e geração de empregos no setor agrícola para os internos.

De acordo com o SPRB, uma das principais conquistas desse termo é a contratação inicial dos internos para trabalharem na Fazenda Portal do Oeste.

“Essa iniciativa representa um marco na ressocialização por meio do trabalho, garantindo remuneração, capacitação e a oportunidade de reconstrução de vidas por meio da dignidade do emprego no campo”, divulgou a entidade.

O evento contou com a presença do presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, da presidente do TJ-BA, desembargadora Cynthia Maria Pina Resende, do secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia, José Carlos Souto Filho, e do secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, Marcelo Werner Filho, e representando a Aiba, o segundo vice-presidente, Seiji Mizote.

Mizote reforçou o compromisso da entidade com projetos sociais: “Acreditamos que o setor produtivo pode e deve contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. A oficina-escola será um espaço de qualificação e oportunidades, permitindo que esses internos tenham uma nova perspectiva de futuro”, declarou.

Presença do ministro

Luís Roberto Barroso, ministro CNJ,Luís Roberto Barroso, ministro CNJ,
Foto: Divulgação/ Aiba

O ministro Luís Roberto Barroso também participou de uma roda de leitura e da entrega de 870 livros doados pela Fundação Biblioteca Nacional.

Barroso destacou a importância de iniciativas como essa para a transformação do sistema prisional brasileiro.

“O Estado reconhece que há uma violação dos direitos humanos no sistema prisional e a dificuldade em fazer com que a sociedade entenda a importância dessas pessoas se reintegrarem. Projetos como o Mentes Literárias e a construção de oficinas-escolas promovem melhorias internas que impactam diretamente a sociedade como um todo”, afirmou.

Educação e remição de pena

A visita faz parte do projeto Mentes Literárias, que visa estimular a leitura no sistema prisional. Atualmente, cada livro lido pelo detento permite remição de quatro dias de pena, com limitação de 12 livros por ano — o que permite descontar até 48 dias da pena por ano em razão da leitura.

De acordo com o CNJ, o presídio tem cerca de 450 detentos, mas participaram da atividade aproximadamente 15 presos.

Luís Roberto Barroso, projeto Mentes Literárias, barreiras, oeste da bahiaLuís Roberto Barroso, projeto Mentes Literárias, barreiras, oeste da bahia
Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro do Luís Roberto Barroso

O livro escolhido foi “De Marte à Favela”, da jornalista Aline Midlej e do ativista Edu Lyra, da Gerando Falcões, que trata sobre desigualdade social e formas de superar a miséria e a pobreza.

Os detentos comentaram trechos do livro e falaram sobre pontos que consideraram mais relevantes. Também foi lançado o livro “Laços — das construções às restaurações”, com textos escritos por profissionais e presos do complexo de Barreiras.

A desembargadora Cynthia Maria Pina Resende enfatizou que a ressocialização deve estar fundamentada em três pilares: políticas públicas, cidadania e esperança.

“Acreditamos que a educação e a cultura são ferramentas fundamentais para transformar vidas e garantir a reinserção social dos custodiados”, pontuou.

Já o secretário José Carlos Souto Filho ressaltou o impacto dessas ações na ressocialização. “Estamos buscando quebrar o círculo vicioso da criminalidade e promover mais empregos e cursos profissionalizantes. Isso torna o sistema prisional mais justo e democrático”, afirmou.


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Canal Rural

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