O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), subsede de Lucas do Rio Verde, manifestou insatisfação com a falta de diálogo do Executivo Municipal em relação à Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores da educação. Segundo a presidente da entidade, Márcia Botim, desde novembro o sindicato tem solicitado reuniões com a prefeitura para discutir o reajuste, mas até o momento não obteve retorno.
A principal queixa da categoria é que o Executivo enviou o projeto de lei sobre a RGA diretamente ao Legislativo, sem consultar os representantes dos trabalhadores, descumprindo um compromisso anterior de diálogo prévio. Diante desse cenário, o sindicato buscou interlocução com a Câmara Municipal e tem reunião agendada para quarta-feira (12), quando pretende apresentar as reivindicações da classe.
Reivindicação dos profissionais da educação
O Sintep reivindica um reajuste de 10,27%, além de um plano de recomposição salarial de 22,5%, percentual que, segundo a entidade, foi perdido ao longo da atual gestão do prefeito Miguel Vaz. No entanto, o projeto de lei encaminhado pela prefeitura prevê apenas 4,83%, correspondente ao índice da inflação.
Márcia Botim destaca que a proposta do sindicato inclui, além da correção inflacionária, um acréscimo de 1,44% para atingir o piso nacional do magistério, fixado em 6,27% para este ano, além dos 4% de recomposição que deveriam ter sido concedidos em novembro de 2023, mas não foram pagos.
Insatisfação da categoria e risco de greve
O descontentamento entre os profissionais da educação tem crescido, segundo a presidente do Sintep. Ela destaca que, apesar do alto desempenho das escolas municipais – seis delas entre as dez melhores do Mato Grosso –, os servidores não têm sido devidamente valorizados. O município, que já foi referência salarial para a categoria, tem perdido atratividade, levando profissionais aprovados no concurso público do ano passado a pedirem exoneração para assumir cargos em cidades como Sinop e Sorriso.
Diante da insatisfação, o sindicato não descarta a possibilidade de greve caso as negociações não avancem. “Não é o nosso objetivo, gostaríamos de chegar a um consenso sem precisar de medidas extremas, mas se for necessário, a categoria está disposta a paralisar”, afirmou Márcia Botim.
Assembleia marcada para quarta-feira
Para definir os próximos passos da mobilização, o Sintep convocou uma assembleia geral para quarta-feira (12), às 18h, na sede do sindicato, no bairro Alvorada. A reunião ocorrerá após o encontro com os vereadores, permitindo que a diretoria apresente um panorama atualizado das negociações e avalie com a categoria a possibilidade de mobilizações mais contundentes, caso a prefeitura não sinalize com avanços na proposta de reajuste.