As exportações brasileiras de café somaram 3,977 milhões de sacas de 60 quilos em janeiro deste ano, o que representa uma redução de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2024. Em receita, no entanto, houve crescimento de 59,9% no período, totalizando US$ 1,316 bilhão. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (11/2) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
De acordo com a entidade, o resultado deve-se a uma elevação de 63% no preço internacional do café entre janeiro de 2024 e o mês passado, para uma média de US$ 330,60 por saca.
Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, considerou o desempenho positivo, levando em conta o período de entressafra e “intensos gargalos logísticos” que continuam afetando os embarques. “Já o incremento na receita cambial, na casa dos 60%, ratifica o efeito das altas dos preços que já vem desde longo período”, afirmou em relatório.
No mês, as exportações de café arábica somaram 3,278 milhões de sacas, 0,3% a menos que o volume embarcado em janeiro do ano passado. Esse volume equivale a 82,4% das exportações de café do período.
As variedades canéforas (conilon e robusta) somaram 328.074 sacas embarcadas, queda de 28,9% na comparação anual. As variedades representaram 8,3% das vendas externas de cafés.
Os embarques de café solúvel somaram 365.598 sacas, um avanço de 24,8%, respondendo por 9,2% do total exportado. As exportações de café torrado e moído cresceram 156,6%, para 4.968 sacas.
Ferreira ressaltou a queda nos embarques dos canéforas, motivada pela entrada no mercado internacional da safra do Vietnã a partir de novembro, a preços mais competitivos. “Esse movimento deve continuar nos próximos meses, no mínimo, até a colheita da safra nacional de conilon e robusta, em maio”, estimou o executivo.
O presidente do Cecafé acrescentou que há também outras origens de café arábica oferecendo preços mais competitivos, tendência que deve continuar até a colheita brasileira ter início.
Os cafés de qualidade superior ou com certificados de práticas sustentáveis responderam por 25,4% das exportações brasileiras em janeiro, somando 1,012 milhão de sacas. O volume é 24,5% maior que o registrado um ano antes.
Em receita, as exportações de cafés diferenciados aumentou 113,1%, para US$ 393 milhões.
Principais destinos
Os Estados Unidos seguem como o país que mais importa café brasileiro, com compras de 713.348 sacas em janeiro, o que equivale a 17,9% do total. O volume foi 3,1% superior ao registrado em janeiro de 2024.
A Alemanha foi o segundo principal destino. As importações do país recuaram 35%, para 457.569 sacas. Em seguida a Itália elevou as compras em 31,2%, para 262.809 sacas. Japão teve aumento de 15,5% nas importações (247.840 sacas). A Bélgica reduziu em 50,4% as importações, para 206.283 sacas.
Os embarques de café verde para o Vietnã aumentaram 387,2%, para 51.963 sacas, e para a Indonésia cresceram 95,3%, para 37.562 sacas.
“As exportações para Vietnã e Indonésia são de contratos fechados em meados do ano passado, quando nossos conilon e robusta eram mais competitivos. Esses cafés, em verdade, já deveriam ter saído de nosso país se não fossem, principalmente, os gargalos logísticos nos portos brasileiros, que impediram o embarque de 1,8 milhão de sacas em 2024 devido a constantes atrasos de navios e alterações de escalas”, afirmou Ferreira. Ele acrescentou que a tendência é de queda nos envios para esses países nos próximos meses.
No acumulado de julho de 2024 a janeiro de 2025, as exportações de café da safra 2024/25 totalizaram 30,147 milhões de sacas, movimentando US$ 8,522 bilhões. Em relação à safra anterior, houve crescimento de 11,3% em volume e de 60,3% em receita.