O cultivo em Mato Grosso dos chamados pulses (como feijão, ervilha e grão-de-bico), assim como gergelim, arroz, trigo e amendoim, esbarra em dois grandes gargalos: irrigação, diante da baixa qualidade da transmissão de energia elétrica; e da pesquisa de cultivares adaptados.
Entrevistado desta quinta-feira (13) do programa Direto ao Ponto, o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir), Afrânio Migliari, destaca que a situação relacionada a distribuição de energia, vista em Mato Grosso, é observada em todo o Brasil.
“Nós temos um problema muito sério com a transmissão da energia. Mato Grosso é um grande produtor de energia, porém não conseguimos levar a nossa energia com qualidade até a ponta”.
A Aprofir, segundo Migliari, está iniciando um estudo para a ampliação da parte energética do campo no estado. O levantamento é realizado com a concessionária Energisa, o governo do estado, além dos Ministérios de Minas e Energia e Integração e Desenvolvimento Regional.
Para os pulses e culturas especiais, o uso da irrigação é tida como uma oportunidade para a realização de uma terceira safra no estado.
“Hoje, o arroz está dando um resultado muito importante para a recuperação de solo. O trigo de Mato Grosso em Cerrado é excelente e é um trigo que concorre tranquilamente com o da Argentina”, exemplifica.
Atualmente, Mato Grosso conta com em torno de 220 mil hectares com irrigação, com potencial de crescimento. “Mas, depende da energia. Água nós temos”.
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Pesquisa é essencial para o avanço
A pesquisa é outro grande gargalo para a produção de pulses e culturas especiais, comenta o diretor da Aprofir. Diante da redução de investimento nos últimos anos em estudos por parte dos governos federais e estaduais, a solução encontrada está sendo o próprio setor privado realizar.
O assunto, inclusive, conforme Migliari, vem sendo debatido na Câmara Setorial de Feijão e Pulses, da qual é presidente, no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Sabemos que o governo federal está enxugando. Então, quem tem que entrar nesse mercado, e a gente está falando muito disso, é o setor privado. Ou seja, o setor privado tem que fazer como a Argentina. ‘Vamos botar a mão no nosso bolso e vamos apoiar a pesquisa? Porque é de interesse nosso”.
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