O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (13), que nenhum brasileiro tem mais responsabilidade climática que ele, e que não fará “loucura ambiental”, se referindo a pesquisas para extração de petróleo na Margem Equatorial, no Amapá.
“Sonho um dia que a gente não precise de combustível fóssil. Mas esse dia tá longe ainda. […] E isso porque tem gente que fala que não pode pesquisar a Margem Equatorial para saber se tem petróleo. Ninguém nesse país tem mais responsabilidade climática que eu. Eu quero preservar, mas não posso deixar uma riqueza a 2 mil metros de profundidade”, afirmou o presidente.
Segundo Lula, os estudos na região não podem ser proibidos e é importante saber qual o “tamanho da riqueza”.
“Vamos trabalhar muito. Não vamos fazer loucura ambiental. Mas a gente tem que estudar, assumir compromisso que vamos ser muitos responsáveis, vamos cuidar com muito carinho”, completou.
A Margem Equatorial é uma região que engloba as zonas marítimas da costa do Brasil, Guiana, Suriname e outros países da América do Sul. A área é rica em petróleo e gás natural, o que a deixa na mira de grandes empresas petrolíferas.
A exploração em questão, que depende do aval do Ibama, autorizaria a perfuração de poços para avaliar a viabilidade econômica da extração de petróleo na Margem Equatorial.
Na quarta-feira (12), o presidente defendeu a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas e reclamou da falta de autorização do Ibama para a Petrobras realizar estudos de viabilidade técnica na área.
“Se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, disse em entrevista à Rádio Diário, de Macapá.
As falas irritaram os servidores do Ibama, que consideram a pressão do governo inadmissível e apontam a tentativa de interferência política nos trabalhos do instituto. Em nota, os técnicos afirmam que as declarações de Lula são contraditórias com a postura de um país que sediará a COP30, em novembro.