O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento e autorizava ações violentes para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira (18).
A conclusão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi feita a partir de um áudio enviado pelo ex-secretário-adjunto da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mário Fernandes, para o ex-ajudante de ordens presidencial Mauro Cid.
Fernandes enviou o áudio em 8 de dezembro de 2022, dois dias após conversa com Bolsonaro.
“Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo (Lula), não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas (…) ai na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, disse Fernandes no áudio, transcrito pela Polícia Federal (PF).
Para Gonet, o áudio mostra que Bolsonaro esperava ações ainda em dezembro. “O grupo planejava agir com a maior brevidade possível, a fim de impedir a assunção do Poder pelo novo governo eleito”, afirmou, se referindo a Lula, que tomaria posse em 1° de janeiro de 2023.
Dias depois da posse de Lula, no dia 8 de janeiro, manifestantes atacaram a sede dos Três Poderes, em Brasília
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